O rock de Jorge Caetano
Em 2011, no musical Outside, ele soltou a voz por sucessos de David Bowie. Dois anos depois, ao encarnar o crossdresser Sacha, em A Porta da Frente, tirava os vizinhos do sério cantando Satellite of Love, de Lou Reed. Ator e diretor de sólida carreira teatral, Jorge Caetano, 52 anos, vai fazer o papel de […]
Em 2011, no musical Outside, ele soltou a voz por sucessos de David Bowie. Dois anos depois, ao encarnar o crossdresser Sacha, em A Porta da Frente, tirava os vizinhos do sério cantando Satellite of Love, de Lou Reed. Ator e diretor de sólida carreira teatral, Jorge Caetano, 52 anos, vai fazer o papel de si mesmo no Teatro Café Pequeno. No sábado (6), às 20h30 – com direito a bis nos dias 13 e 20 –, ele mostra a faceta de cantor no espetáculo Brilho da Noite. O repertório abriga o rock dos anos 70 e 80 que despontou na cena underground das casas americanas Max Kansas City e CBGB. Essa é a deixa para Caetano, que estudou canto por doze anos, interpretar, entre outras, Perfect Day (Lou Reed), The KKK Took My Baby Away (Ramones) e Changes (Black Sabbath). David Bowie (This is Not America) e o brasileiro Celso Blues Boy (De um Jeito Blues) completam o programa. No palco, Jorge Caetano é acompanhado por Felipe Storino (guitarra e direção musical), Mauricio Chiari (bateria), Isadora Medela, Marfa Kourakina (alternando-se no baixo), Paula Otero (violoncelo), Julie Wein (teclados), Marina Magalhães e Felipe Marques (bailarinos). Confira, abaixo, um papo com o ator cantor e o teaser, em vídeo, do show.
UM PAPO
Você já teve banda?
Tive uma banda com 20 anos, eu era o mais velho do grupo, uma galera adolescente. O nome, você vai rir, era Os Ordinários do Terceiro Mundo. Fazíamos aquele circuito de colégio. Em seguida enveredei pelo teatro, mas sempre estudei canto. Depois de me formar na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), fiz aulas particulares de canto com Victor Prochet por doze anos. Agora, para o show, especificamente, fiz preparação vocal com a professora Patricia Maia.
Você conta que já pensava em montar o show há um bom tempo. Como a ideia evoluiu?
O (Felipe) Storino foi diretor musical e fez arranjos do Outside, musical que fiz em 2011, no qual cantei David Bowie. Foi um espetáculo bacana, ganhamos vários prêmios. Nos intervalos, nos ensaios, ele e os outros músicos sempre falavam que eu tinha que fazer um show. Em outra peça, Edypop, voltei a trabalhar com eles, e a cantar no palco, e eles continuavam tocando no assunto. Victor Prochet, meu professor de canto na CAL, também dizia que eu tinha que trabalhar com música, fazer um show de rock. E, depois de todos eles, a Bia Radunsky, gerente do Espaço Sesc, me viu em cena e fez um convite formal para que eu fizesse uma apresentação musical. Tudo apontava para o mesmo caminho. Estreamos Brilho da Noite em outubro, em duas noites bem animadas no Espaço Sesc, em Copacabana.
Como o repertório foi costurado?
Esse caminho musical foi ideia do Marco André Nunes, meu parceiro há vinte anos no teatro, que dirigiu Outside, Edypop, A Porta da Frente, essa em parceira comigo, e, agora, o show. Pinçamos músicas surgidas nesses dois lugares históricos, o Max Kansas City e o CBGB, um monte de gente incrível começou nesses espaços. Parte do roteiro é licença poética minha. Incluí o Celso Blues Boy, que eu adoro, e Jealous Guy (John Lennon), que eu cantei em Edypop. Tem umas surpresas também, umas invenções, como a união de Bang Bang, da trilha sonora de Kill Bill, do Tarantino, com Resistiré, que o Almodóvar usou na trilha de Ata-me!
Quais serão os próximos passos dessa carreira musical?
Eu e o Storino já estamos pensando em outro show, no ano que vem, que partiria do Cavern Club, o primeiro palco dos Beatles, para a cena inglesa dos anos 70 e 80, com Beatles, Stones, Rod Stewart. A verdade é que estamos bem animados, temos a pretensão de chegar a um terceiro projeto, mais autoral, com composições do Storino e letras minhas, que pode vir a virar disco. Mas é uma ideia, por enquanto.
JORGE CAETANO EM AÇÃO
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