Samba de Caboclo celebra as raízes afro-brasileiras em roda de samba
Com uma imersão nas matrizes do samba, na espiritualidade e na cultura popular, a roda traz Serginho Meriti na próxima edição.

Se a cidade hoje em dia tem roda de samba por todo canto, algumas são bem especiais, por trazerem mais de perto as raízes do samba tradicional. É o caso do projeto Samba de Caboclo, criado em 2020 em Padre Miguel, que agora chega à Realengo. No domingo (19), a partir das 14h, o projeto que destaca elementos importantes da ancestralidade afro-brasileira vem mais uma vez reafirmar a força do samba de terreiro, de caboclo e de roda.
Nesta edição, destaque para a participação de um dos maiores nomes do gênero, Serginho Meriti, cantor e compositor de clássicos como “Deixa a Vida Me Levar” de Zeca Pagodinho, “Negra Ângela” de Neguinho da Beija-Flor e “Clareou” de Xande de Pilares e Diogo Nogueira.
O Samba de Caboclo é uma roda de samba que tem conquistado o público carioca com sua força ancestral, musicalidade autêntica e profundo vínculo com as tradições afro-brasileiras. O projeto, que acontece periodicamente em espaços culturais, praças e casa noturnas do Rio de Janeiro, propõe uma imersão nas matrizes do samba, valorizando a espiritualidade, a oralidade e a cultura popular.
Idealizado por músicos e produtores ligados ao universo das rodas de samba, o Samba de Caboclo nasceu com o propósito de unir o samba de raiz à força simbólica dos pontos de caboclo e das manifestações de matriz africana. O resultado é uma roda vibrante, que mistura canções clássicas, composições autorais e momentos de celebração coletiva. Mais do que um evento musical, o Samba de Caboclo é um movimento cultural que busca fortalecer as expressões tradicionais e promover a inclusão e a diversidade.
“O Samba de Caboclo é uma celebração da nossa identidade, um mergulho nas origens do povo brasileiro e uma homenagem aos tambores que sempre contaram nossa história. Queremos que cada batida desperte o chamado da mata e do terreiro dentro de quem estiver ali”, explica Diogo Caetano, diretor e produtor do projeto. “Quando o tambor toca, a gente se reconecta com tudo o que veio antes de nós. O Samba de Caboclo é isso: corpo, som e espírito em comunhão”, completa Chaves Jr, outro diretor.
Com patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Berço de Bambas, o Samba de Caboclo reafirma o papel do samba como linguagem de resistência, espiritualidade e convivência comunitária. Entre tambores, vozes e bandeiras, o projeto mantém viva a chama das tradições que moldaram o Rio de Janeiro — uma cidade onde a música é território de memória e liberdade.