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Por Rita Fernandes, jornalista
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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Queremos!: festival aposta em curadoria e sustentabilidade ambiental

Com dois palcos, doze horas ininterruptas de shows e artistas inéditos no Rio, festival adota floresta para compensar danos ambientais

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Atualizado em 13 abr 2023, 20h20 - Publicado em 13 abr 2023, 18h39

Entramos na “era dos festivais”. Difícil até escolher, tem pra todos os gostos, estilos musicais, preços e experiências diversas. E, no sábado (15), na Marina da Glória, tem o Queremos! Festival, que vem carregado de novidades, tanto no campo musical, quanto ambiental. Além de atrações inéditas, ou pelo menos inéditas em solo carioca, como o show de Russo Passapusso e a dupla Antônio Carlos & Jocáfi que promete bater um bolão, o projeto traz ainda novidades como a adoção de floresta e ações de sustentabilidade em todas as direções.

O Queremos! está em sua quarta edição e se encaixa na categoria “festival de curadoria”, como explica Pedro Seiler, idealizador. “Tem os festivais de programação, que escolhem as atrações com o objetivo de atrair o público, e há os festivais de curadoria, que contam uma história, que têm um DNA. No nosso caso, somos de curadoria, em que o line-up estabelece quem vai tocar o quê, em que sequência, porquê, tem todo um contexto, uma narrativa. Não que um seja melhor do que o outro, são apenas coisas diferentes”, diz Pedro.

Esse ano, a programação vem com Marisa Monte, Rachel Reis, Rico Dalasam, MC Poze do Rodo, Liniker, Russo Passapusso e Antônio Carlos & Jocáfi, Flora Matos, Zé Ibarra, Batekoo e DJ Tamy, na lista dos artistas nacionais. E os britânicos Cymande e Yazmin Lacey, atrações internacionais.

Cymande, que toca pela primeira vez no Rio, é uma das bandas mais reverenciadas e sampleadas da história do hip hop, house e dance. Surgiu nos anos 70 na cena negra musical britânica, com influências de suas raízes guianesas e jamaicanas, e a banda fundiu linhas de baixo reggae, percussão Nyabinghi com toque afro, toques psicodélicos e funk americano, em um som único que eles apelidaram de “Nyah-rock”. Já a cantora londrina Yazmin Lacey faz sua estreia carioca. Filha de imigrantes caribenhos, Yazmin cresceu em meio a influências do reggae, do dancehall e do rap norte-americano, e sua música passeia pelo jazz e pelo soul.

“A gente sempre tenta ter nomes interessantes do rap ou do funk, nos últimos anos tivemos Criolo, Baco, Emicida, e esse ano estamos trazendo Yasmin, Cymande e MC Poze. A gente sempre tenta que o festival seja construído como se fosse uma playlist. Começa mais solar, mais família, mais calminho e vai ficando mais animado, mais dançante até a noite. Então a gente vai montando o nosso line-up nessa ordem, para acabar com uma festança. Esse ano encerramos com a festa Batekoo”, conta Pedro.

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Os baianos Russo Passapusso, Antonio Carlos e Jocáfi se juntaram no projeto
Os baianos Russo Passapusso, Antonio Carlos e Jocáfi se juntaram no projeto “Alto da Maravilha”, que será apresentado no Rio pela primeira vez (Pedro Soares/Divulgação)

MC Poze do Rodo é um dos maiores nomes do funk carioca. Começou a chamar a atenção do público por expor a realidade das favelas do Rio de Janeiro, incluindo detalhes sobre facções criminosas, com seu som ao estilo do famoso “funk proibidão”. Suas músicas viralizaram nas redes e ele ganhou fama. Atualmente, Poze do Rodo tem apostado no trap/funk e já emplacou hits como “Vida Louca”, “A Cara do Crime”, “Assault RIO” e “Eu Fiz o Jogo Virar”.

Dos shows que mais chamam a atenção, eu destaco ainda o encontro de Russo Passapusso, Antônio Carlos e Jocáfi, com seu “Alto da Maravilha” (Natura Musical/Máquina de Louco). Projeto que reúne estes três artistas baianos, pousa pela primeira vez nos palcos cariocas, tendo sido apresentado apenas em Salvador, no Festival Radioca. O álbum tem 12 faixas inéditas, compostas à distância durante a pandemia, e que vem concretizar a parceria, a amizade e a afinidade musical desses artistas, apesar da diferença de gerações.

Queremos! Floresta: um choque de sustentabilidade

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Além da escolha cuidadosa das atrações musicais, o Queremos! mostra um cuidado imenso com ações de sustentabilidade. Há uma preocupação fundamental com a gestão dos dejetos e com o impacto ambiental do festival.  Uma das ações mais bacanas adotadas recentemente foi adoção de uma floresta no estado do Rio de Janeiro. Em parceria com o Instituto Terra de Preservação Ambiental (ITPA), surgiu a Queremos! Floresta, mantida para compensar a emissão de gases de efeito estufa provenientes principalmente do deslocamento do público. Outra ação importante foi o tratamento dos 34.500 litros coletados de esgoto sanitário, para que a água pudesse ser reutilizada como fertilizante natural para irrigar árvores frutíferas orgânicas.

Signatário do Pacto Global da ONU e a Agenda 2030, o festival segue um plano de ação para pôr em prática os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – as famosas ODSs –, e, com base nesse padrão, o grupo criou seu próprio “line-up de sustentabilidade”, que engloba, a partir desse ano, também os shows realizados durante o ano, para além do próprio festival.

“Acreditamos que a cultura e o entretenimento são ferramentas muito potentes de comunicação, conscientização e engajamento e, em 2022, decidimos fortalecer nossas iniciativas criando nosso programa de sustentabilidade, o Queremos! Mais”, justifica Lynn Plambeck, responsável pelo programa de sustentabilidade.

Para quem for ao Queremos!, prepare-se para a maratona de correr de um palco pro outro, pois não há intervalo. Então, aí vai o roteiro da programação e boa sorte! Nos vemos por lá.

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QUEREMOS! Festival 2023 

PALCO BOSQUE

14h | DJ Tamy

16h10 | Rachel Reis

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18h20 | Yazmin Lacey

20h30 | Cymande

23h25 | Liniker

01h50 | MC Poze do Rodo

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PALCO CIDADE

15h05 | Zé Ibarra

17h15 | Rico Dalasam

19h25 | Russo Passapusso e Antônio Carlos & Jocáfi

21h50 | Marisa Monte

00h45 | Flora Matos

02h55 | BATEKOO

Rita Fernandes é jornalista, escritora, pesquisadora de cultura e carnaval.

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