Cazuza será o homenageado do Prêmio BTG da Música Brasileira em 2026
A vida e a obra do artista que marcou o Rock Brasil, com sua emoção e rebeldia, serão o fio condutor do próximo Prêmio.

A escolha não poderia ser melhor! Em tempos de celebrações, o Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira anunciou essa semana que Cazuza será o grande homenageado da sua 33ª edição, em 2026. Cazuza é, indiscutivelmente, um dos artistas mais importantes da música brasileira. O artista morreu em 1990, aos 32 anos, mas seu legado segue vivo. Com uma carreira intensa, porém curta, carregava emoção, poesia e uma rebeldia que dialogava diretamente com a juventude e os conflitos sociais e existenciais do Brasil dos anos 1980. Foi um dos principais nomes do Rock Brasil, movimento que consolidou o rock nacional como força cultural e expressão política num país recém-saído da ditadura.
Junto a artistas como Renato Russo, Lobão, Marina Lima e bandas como Legião Urbana, Titãs e Paralamas do Sucesso, ele ajudou a construir uma identidade sonora e poética profundamente ligada ao contexto social e existencial do Brasil daquela década. Cazuza merece essa homenagem, por tudo isso. E por sua discografia que reúne álbuns como “Exagerado”, “Só se for a dois” e especialmente “Ideologia”, que trouxeram composições icônicas como “Brasil”, “O Tempo Não Para”, “Codinome Beija-Flor” e “Ideologia”. Suas letras expõem angústias pessoais, paixões intensas e um profundo desencanto com as estruturas sociais e políticas do país. Nada é mais atual do que “Brasil”, música-tema da novela “Vale Tudo”.
A escolha de Cazuza como o homenageado de 2026 se deu em reunião recente do Conselho do Prêmio, no Rio de Janeiro. O anúncio foi feito a Lucinha Araújo, mãe do artista, que recebeu a notícia com entusiasmo. Aprovada por unanimidade pelo Conselho, que tem nomes como Zé Mauricio Machline, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Zélia Duncan (nova integrante do Conselho), Karol Conká, Antônio Carlos Miguel e Giovanna Machline –, a homenagem promete uma festa de emoções fortes, que vão contar a trajetória de Cazuza, mas também de um Brasil que ainda precisa ser lembrado. A vida do artista é o fio condutor do espetáculo de 2026, que vai reunir diferentes gerações de músicos e cantores – como sempre Zé Mauricio faz – para novas leituras deste imenso repertório.
“Celebrar Cazuza é celebrar a coragem, a liberdade e a potência de uma obra que segue viva e necessária. Sua música e sua poesia atravessaram gerações e continuam a ecoar nas vozes e nos sentimentos de milhões de brasileiros”, destacou Zé Mauricio Machline, criador e diretor do Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira.
“Estou muito feliz com a escolha do Cazuza. Acho que é um ano importante, seu nome e obra merecem ser cada vez mais valorizados. E o Prêmio vai realizar exatamente isso, que a gente bote o Cazuza no colo”, completa Zélia Duncan.
Agora é esperar que esse tempo chegue, trazendo para nós essa profunda viagem musical, e, acima de tudo, podendo ver o reconhecimento aos artistas premiados, em todas as vertentes musicais, como bem sabe fazer o Prêmio BTG da Música Brasileira.

Uma festa para a música sertaneja
No início de junho, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi palco da 32ª edição do Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira. Noite marcada por uma homenagem especial à dupla Chitãozinho & Xororó, ícones da música sertaneja. Com cenografia espetacular de Gringo Cardia, que surpreende a cada ano, e direção musical de Cláudio Paladini, o espetáculo fez o público cantar os sucessos da dupla, com clássicos como “Vá pro Inferno Com Seu Amor” e “Galopeira”, na incrível interpretação de Fitti, em dupla com Vanessa da Matta. E, claro, “Evidências”, o hino que todo mundo soube cantar, ali puxado pelas vozes dos irmãos homenageados.

A noite premiou os cantores, compositores, produtores e musicistas que mais se destacaram no decorrer de 2024: do clássico ao popular, do regional ao urbano, foram contempladas 17 categorias. Zeca Pagodinho levou dois troféus para casa: Artista e Lançamento (“Zeca Pagodinho – 40 Anos Ao Vivo) na categoria Samba. Liniker também foi contemplada com dois troféus, na categoria Pop: Artista e Lançamento (por “Caju”).
Além das premiações, o público pode conferir apresentações inéditas de clássicos sertanejos, interpretados por 20 grandes nomes da música brasileira junto a novos talentos. Teve Hamilton de Holanda, João Gomes, Fábio Jr., Agnes Nunes, Sandy, Paula Fernandes, Tiago Iorc, Lauana Prado, Junior, Lenine e Os Garotin. O evento foi apresentado por Nanda Costa e Fabrício Boliveira, com abertura especial de Lima Duarte.