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Rita Fernandes

Por Rita Fernandes, jornalista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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Bares cheios e samba: o Centro que está longe de ser um lugar abandonado

Mercadores, Capitu, Toca do Baiacu, Al Farabi são alguns dos muitos lugares com programação que oferece música, samba, cerveja e comida boa por ali

Por Rita Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 abr 2024, 13h46
O quadrilátero das Rua do Ouvidor, Mercado, Rosário e Boulevard mostram que o Centro do Rio está mais vivo do que nunca.
O quadrilátero das Rua do Ouvidor, Mercado, Rosário e Boulevard mostram que o Centro do Rio está mais vivo do que nunca. (Rita Fernandes/Arquivo pessoal)
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Há coisas que só o Rio tem. A ocupação das ruas do Ouvidor, Rosário, Mercado e do Boulevard, no Centro, com uma infinidade de bares e rodas de samba pra tudo quanto é canto, é uma surpresa e prova disso. No último sábado, 6 de abril, me aventurei por essas trilhas. E que delícia de sábado!

O programa que me levou até lá foi o lançamento do livro “Estrela de Madureira”, do jornalista Marcelo Moutinho, na livraria Al Farabi, com a promessa de uma roda de samba comandada por ninguém menos que Pedro Paulo Malta, Thiago Prata e Jaime Vignoli. E a cereja do bolo: a luxuosa participação da Velha Guarda do Império Serrano. Que coisa linda foi estar ali, acompanhando de perto clássicos da Verde e Branca de Madureira, entoados por aqueles senhores e senhoras da escola.

“Aquarela Brasileira” (de 1964, reeditado em 2004); “Exaltação a Tiradentes” (1949); “Heróis da Liberdade” (1969); “A Lenda das Sereias, Rainhas do Mar” (de 1976, reeditado em 2009); Brasil, Berço Dos Imigrantes, cantados a plenos pulmões por aquela gente espalhada pelo Boulevard, no pátio em frente à livraria.

Velha Guarda do Imperio
A Velha Guarda do Império Serrano cantou sambas clássicos da escola (Rita Fernandes/Arquivo pessoal)

A Al Farabi é uma mistura de sebo e de bar. Antes da pandemia ficava na Rua do Rosário. Mas, há menos de um ano, passou a ocupar um imóvel na Rua do Mercado com acesso também pelo Boulevard. E foi nesse pátio que tudo aconteceu no nosso animado sábado, naquela ocupação da praça, com mesinhas ao ar livre. Aquele é um dos melhores lugares do Rio, com certeza.

Se fosse só isso já teria sido incrível. Mas que surpresa foi ver que, no caminho até chegar à Alfa – como a livraria é chamada –, passamos por mais três rodas de samba naquele pequeno quadrilátero. Tinha samba para todos os gostos, dos mais tradicionais ao pagodão. Muito impressionante o que se tornou aquele reduto, que difere tanto de um Centro vazio e abandonado, na luta para se reerguer. Quase não dava para acreditar naquelas ruas com tanta gente nos bares, as mesas nas calçadas e muita, muita música.

O próximo fim de semana vem cheio de coisas boas. No Al Farabi, sábado (13), a partir das 14h, tem roda de samba com Raoni e a Dandara, netos de Martinho da Vila, que têm o grupo Canta, Canta. Domingo (14), mesmo horário, é a vez do projeto “Enredos do Meu Samba”, uma roda de samba dedicada aos sambas enredos que fizeram história, que acontece todo segundo domingo do mês.

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Para quem ama essa cidade e suas delícias mais íntimas, recomendo: vá para aquele canto da cidade e se deixe flanar por aquelas ruas. Com certeza será uma surpresa atrás da outra, em um programa digno dessa cidade que a gente insiste em chamar de maravilhosa. Por que, mesmo que mito, ela é.

 

Rita Fernandes é jornalista, escritora, pesquisadora de cultura e amante do carnaval.

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