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Rita Fernandes

Por Rita Fernandes, jornalista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca

Baile Black Bom: a nova geração da cultura black carioca

Evento vai celebrar os 12 anos desse movimento de resistência da cultura negra com shows, DJs e muita dança.

Por Rita Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 out 2025, 22h13 - Publicado em 23 out 2025, 18h10
Baile Black Bom
Baile Black Bom (Divulgação/Arquivo pessoal)
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Descobri o Baile Black Bom por acaso, andando pelas ruas da região portuária, bem ali na Pedra do Sal. Era o ano de 2014. Me chamou atenção de imediato aquela música e a galera dançando no ritmo do charme. E assim, com muito orgulho, fui a primeira jornalista a noticiar o Baile Black Bom, que agora completa 12 anos. Para comemorar a data, mas acima de tudo uma das construções coletivas mais importantes do Rio, no sábado (25) haverá um bailão na Praça da Pira, ali em frente à área externa do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

O evento será o ponto de encontro entre quem faz da Black Music uma linguagem de resistência, celebração e pertencimento e seu público, com uma programação que conta com apresentação da Banda Consciência Tranquila, DJs, intervenções audiovisuais, performances de dança e com a Feira Cultural Negra. Com curadoria do Instituto Black Bom, a feira reunirá 35 expositores com o melhor da moda afro-brasileira, artes, literatura, gastronomia e cosméticos naturais.

Com raízes no Quilombo Pedra do Sal, território da Pequena África, o Black Bom foi idealizado por Sami Brasil e Antonio Consciência, rappers e criadores da Banda Consciência Tranquila, do Instituto Black Bom e da Botacara Produções. Desde então, o projeto se consolidou como um movimento cultural que articula música, dança, moda, gastronomia, audiovisual e afroempreendedorismo, transformando espaços urbanos em territórios de memória e celebração da cultura negra.

“Acreditamos na cultura como ferramenta de desenvolvimento social e econômico, e nas ruas como espaço aglutinador, acessível e democrático para isso”, diz Sami Brasil, idealizador do Instituto Black Bom e vocalista da Banda Consciência Tranquila.

Baile Black foi idealizado por Sami Brasil e Antonio Consciência.
(Paulo Portilho/Divulgação)
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Movimento Black Rio: das pistas ao patrimônio cultural

Inspirado no legado do Movimento Black Rio e em figuras emblemáticas e pioneiras como Dom Filó (precursor do Black Rio) e DJ Corello (criador do charme), o Black Bom resgata a experiência dos bailes black dos anos 1970 e 1980, com elementos do hip hop e práticas de inovação cultural contemporâneas.

O Black Rio, que nasceu como um movimento de celebração da cultura negra nas pistas de dança do subúrbio carioca, hoje é reconhecido oficialmente como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. Símbolo de resistência, orgulho e identidade afro-brasileira, foi mais que uma cena musical: tornou-se um fenômeno social que moldou gerações, conectando o Brasil à diáspora africana por meio da música, da estética e da afirmação racial.

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À frente desse movimento estava Dom Filó (Asfilófio de Oliveira Filho), produtor, DJ e agitador cultural, considerado o precursor do Black Rio. Ele idealizou os lendários Bailes da Soul Grand Prix, que reuniam milhares de pessoas em clubes suburbanos. Mais do que festas, eram verdadeiros rituais de afirmação e pertencimento.

Dom Filó não se limitou à discotecagem. Ele transformou o movimento em discurso, produzindo eventos, programas de rádio e abrindo espaço para artistas brasileiros que dialogavam com a estética black, como Cassiano, Hyldon e Tim Maia. Em 1977, ajudou a levar a ideia à grande mídia com o lançamento do disco Black Rio, do grupo Banda Black Rio, que consagrou o soul e o funk como ritmos de expressão nacional.

E aí, nos anos 1980, enquanto o soul dava lugar a novas batidas, DJ Corello (Marco Aurélio Ferreira), uma das figuras mais influentes das pistas cariocas, reinventou a cena. Ele é o criador do “charme”, estilo que nasceu no Clube Mackenzie, no Méier, nos anos 1980, e consolidou o Rio como capital da black music brasileira.

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Conectando tudo isso – passado, presente e futuro em encontros intergeracionais – o Baile Black Bom reúne multidões, onde veteranos do Black Rio, jovens artistas e novos públicos se encontram e celebram juntos a potência da negritude, reafirmando a continuidade e a renovação da cultura black no Brasil.

O Baile é um convite a se arriscar nos bailados do charme, sempre com os mais “feras” à frente comandando os passos. É festa gratuita que só vai parar após o dia terminar. A área externa do CCBB vai pulsar com os maiores hinos de artistas icônicos do Black, como Michael Jackson, Tim Maia, Lauryn Hill e Snoop Dogg.

“A parceria com o Instituto BlackBom contribui para que o CCBB continue nesse movimento de ocupação dos espaços públicos do Centro do Rio, apoiando a revitalização da região e, em paralelo, reafirma seu apoio a expressões artísticas de impacto social que valorizam a potência da ancestralidade negra para a formação da nossa brasilidade”, afirma Sueli Voltarelli, gerente geral do CCBB Rio de Janeiro.

A entrada para o evento é gratuita, mas é necessário retirar ingresso, disponível no site bb.com.br/cultura. Então corre e já garante o seu!!

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