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Por Rita Fernandes, jornalista
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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A ousadia do Novas Frequências, em edição sem patrocínio, mas colaborativa

Cabaré Brutal, Iasmin Turbininha e Escola de Mistérios são alguns dos destaques do festival que começa no dia 1 de dezembro, apostando no ineditismo

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Atualizado em 25 nov 2022, 18h28 - Publicado em 25 nov 2022, 17h59

O mercado dos festivais está aquecido, mas nem tudo são flores e alegria. Alguns realizadores vêm enfrentando dificuldades com seus patrocínios, cujo acesso ou está centralizado em algumas produtoras ou tem oscilado, por questões financeiras das próprias empresas. É o caso do Novas Frequências, que acontece nos dias 1, 2, 3 e 11 de dezembro, em diferentes espaços da Lapa e do Santo Cristo, e que decidiu arriscar a manter a sua 12ª edição com a cara e a coragem.

Festival internacional premiado, o Novas Frequências promove experiências inovadoras ao redor da música experimental, de vanguarda e da arte sonora. E, mesmo em cenário adverso, decola para uma edição solo que promete ser incrível, feita de forma colaborativa com diferentes parceiros e que vai precisar contar também com a compreensão e adesão do público.

“Essa edição do Novas Frequências será uma ação de guerrilha, organizada com muito apoio, entrega, dedicação, esforço e amor de inúmeras pessoas. Entre elas, os artistas que aceitaram embarcar nessa com a gente, topando receber um cachê muito abaixo do que merecem e que estão acostumados”, explica Chico Dub, idealizador do festival junto com a gestora cultural Tathiana Lopes.

O festival sempre foi oferecido de forma gratuita, mas esta edição terá venda de ingressos (R$ 25). E a arrecadação da bilheteria será fundamental para cobrir os custos de infraestrutura, artistas, equipe e fornecedores. O suporte dos amigos também está sendo decisivo, vindo pelas galerias de arte e ateliês que abraçaram o projeto, como Rato Branko (Lapa), Mercado Central (Lapa e que ainda vai ser inaugurado), Refresco (Lapa), Ateliê da Vivian Caccuri (na Fábrica Bhering) e o Solar dos Abacaxis (dentro do Mercado Central).

Três chefs de diferentes nacionalidades vão se revezar na confecção dos pratos do Cabaré Brutal.
Três chefs de diferentes nacionalidades vão se revezar na confecção dos pratos (Divulgação/Divulgação)

Cabaré Brutal, do Porto, e artistas do Rio no line up

Em virtude do cenário, esse ano serão privilegiados artistas do Rio de Janeiro, “muito jovens, com uma pegada muito forte e disruptiva, com mais ênfase na música eletrônica”, conta Dub. Grande destaque é o projeto internacional Cabaré Brutal, que vem da cidade do Porto carregando três chefs de diferentes nacionalidades – Svenja Tiger (DE), Francisco Babo (PT) e Daniel Toledo (BR). O Cabaré vai ser no Mercado Central, espaço cultural que ainda vai ser inaugurado depois do carnaval de 2023.

Em um clima de vaudeville, contempla um jantar performático no qual  diferentes pratos vão sendo servidos ao mesmo tempo em que performances de música, dança, poesia e circo vão acontecendo. O evento, conduzido por um anfitrião, rola durante três horas e é o único do festival que tem preço diferenciado (R$ 120).

“É um formato de apresentação experimental que une artes performativas, artes plásticas, música, vídeo e gastronomia. Combina narrativa cênica e momentos gastronômicos com a criação de uma atmosfera vaudevilliana, em que uma programação variada é apresentada com atuações de artistas locais e internacionais reunidos em torno de uma dramaturgia comum, conduzida por um anfitrião. Durante o espetáculo, o público recebe um jantar de um chef convidado e no palco, os artistas são conduzidos e interligados pelo anfitrião da noite”, explica Dub.

O Cabaré é fruto de uma parceria entre o espaço independente português Rua do Sol e a plataforma brasileira de arte, ciência, tecnologia e agroecologia Silo-Arte e Latitude Rural, com um conjunto de ocorrências artísticas de sete nacionalidades diferentes, que ocupam o “palco”.

Quimera e Miguel Arcanjo, integrantes da Escola de Mistérios.
Quimera e Miguel Arcanjo, integrantes da Escola de Mistérios. (Divulgação/Divulgação)

A maior parte da programação acontece entre dois espaços vizinhos, Refresco e Fábrica da Bhering, no Santo Cristo, então quem comprar o ingresso, vai poder desfrutar de 25 experiências artísticas. No line up: a funkeira Iasmin Turbininha, o mexicano Andres Montes, Quimera e Miguel Arcanjo, integrantes da Escola de Mistérios, Bia Marques, Chang Rodrigues, Acta showcase, Claridade, Crizin da Z.O., Dharma Jhaz & MNTH, diniBoy, Disco Duro, Dusha na Dne|, Ece Canli (Turquia), Elton Panamby, Flavia Goa + Maum, GLOR1A (Inglaterra), Mondrongo, Municipal K7 showcase (Atletas, Fantasma do Cerrado, Fordmastiff), Peroli, Powerpuff Girlsound, Seht e White Prata.

“Eu sempre tento enxergar as coisas de forma positiva, custe o que custar. Como temos a estética do improviso, a gente já está um pouco acostumado com o risco, de fazer coisas que nunca foram feitas antes, de colocar em evidência o que ainda não está. O DNA do festival é ousar, abraçar o desconhecido e tentar obter o ineditismo. E, por mais que essa seja a 12ª edição, por ser a primeira vez que trabalhamos dentro dessa ótica do não patrocínio, é como se tivéssemos que começar do zero. É uma loucura, mas vamos lá. A gente ama a loucura e o que a gente faz”, resume Chico Dub.

Toda a programação do festival Novas Frequências e a venda de ingressos está no endereço eletrônico https://shotgun.live/festivals/festival-novas-frequencias-12-edicao

Toda sorte pra você, Chico! Que novos ventos soprem por aí e na cena cultural brasileira. Precisamos realmente do novo!

Rita Fernandes é jornalista, escritora, pesquisadora de cultura e carnaval.

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