Riqueza Vinícola da Suíça: enoturismo pelas regiões francesa e italiana
Experiências Enogastronômicas e vistas de tirar o fôlego: viajantes têm a oportunidade única de mergulhar na rica tradição vinícola do país
A Suíça, apesar de não ser o primeiro destino associado ao vinho, possui uma produção significativa e uma longa tradição vitivinícola. Com vinhedos em regiões como Vaud, Valais, Genebra e Ticino, o país produz vinhos de alta qualidade, muitas vezes ofuscados pelos renomados franceses e italianos. A viagem de enoturismo na Suíça oferece paisagens deslumbrantes, diversidade de uvas e experiências enogastronômicas únicas, enriquecidas pela história e cultura das regiões vinícolas.
Os vinhedos suíços são cultivados em encostas íngremes e em altitudes elevadas, o que contribui para a produção de vinhos únicos e de alta qualidade. Além disso, a diversidade de uvas é incrível e resulta em uma ampla gama de vinhos brancos, tintos, rosés e espumantes. Ou seja, eles atendem a praticamente todos os gostos e preferências. Sendo assim, as regiões vinícolas da Suíça cultivam uma variedade de uvas, incluindo Chasselas, Pinot Noir, Gamay, Merlot e Chardonnay, entre outras.
Com um eficiente sistema de transporte público, como o trem, os visitantes podem explorar com facilidade as vinícolas familiares, degustações, almoços em vinhedos e jantares em restaurantes de alta gastronomia. O Swiss Travel Pass é a grande ferramenta para explorar o país e suas diferentes regiões.
Minha viagem começou na parte francesa, em Salavaux, com hospedagem no encantador Château Salavaux, de apenas dezessete quartos: uma experiência enriquecedora e memorável.
Em uma viagem de enoturismo na Suíça, visitamos a encantadora região de Vully, uma das menores regiões vinícolas do país, onde 23 famílias vivem da produção de vinho. Na Cave Guillod, uma vinícola artesanal e familiar, fomos recebidos pela quarta geração de produtores, que compartilharam conosco o processo de produção do vinho, desde a colheita até o engarrafamento. Com um profundo conhecimento e paixão pelo trabalho, a qualidade excepcional dos vinhos produzidos reflete o amor da família pela tradição.
Almoçamos em um cenário digno de filme, com a beleza dos vinhedos contrastando com os alpes suíços. A experiência foi formidável, com a colheita de uvas e um menu preparado com insumos frescos da região, harmonizados com vinhos locais. Cada garfada foi uma celebração da terra e do trabalho árduo das famílias locais. A Cave Guillod está aberta ao público, com reserva prévia pelo site, proporcionando uma experiência única de enoturismo na Suíça.
A cidade histórica de Avenches, a 120 Kms de Genebra, com ruínas romanas e festivais culturais, fica ali pertinho e merece ser conhecida. Visitamos também o vilarejo de Cully e a Cave Potterat, conhecida por sua produção de vinhos artesanais. Almoçamos à beira do Lago Genebra e seguimos para Vevey, cidade histórica que preserva a memória de Charles Chaplin e é conhecida por eventos culturais e sua arquitetura encantadora.
De trem para Locarno, na Suíça
Nos hospedamos no Hotel de Chatonneyre e seguimos de trem para Locarno, na Suíça italiana, com paisagens deslumbrantes e clima ameno. Locarno é famosa pelo Castelo Visconteo e pelo Festival Internacional de Cinema.
Ao embarcar no trem panorâmico de Domodossola a Locarno, fui presenteada com vistas deslumbrantes de montanhas, lagos e vilarejos pitorescos ao longo dos 52 km de trajeto em duas horas. Foi difícil resistir à tentação de registrar cada momento com meu celular, pois a janela ampla proporcionava uma visão desobstruída da paisagem, tornando a viagem ainda mais sensacional.
A ferrovia Vigezzina-Centovalli revelou-se espetacular, com 83 pontes e viadutos em uma região onde a natureza permanece intocada. Desde cascatas exuberantes na primavera até tons dourados no final do verão, cada viagem nessa rota foi uma verdadeira aventura, repleta de emoções e paisagens de tirar o fôlego.
A hospedagem no Castello di Morcote, escondido entre os vinhedos deslumbrantes do Cantão de Ticino, foi um dos pontos altos da viagem, por oferecer luxo, conforto e vistas deslumbrantes, além de uma super degustação de vinhos.
Originalmente um convento do século XVII e posteriormente sede do SCI Arch (Southern California Institute of Architecture), o local foi transformado em um charmoso hotel boutique. Localizado dentro da propriedade histórica da Tenuta Castello di Morcote, conta com um castelo medieval que dá o nome ao lugar. É possível desfrutar de um ambiente para relaxar e aproveitar experiências enogastronômicas.
Morcote e Lugano
Fizemos um agradável trajeto de barco e visitamos Morcote e Lugano, apreciando a beleza da Suíça italiana. A visita a Lugano, com sua influência italiana, clima ameno e atrações culturais, completa a jornada enogastronômica pela Suíça italiana. Afinal, a cidade é um importante centro financeiro e cultural, com uma variedade de museus, galerias de arte e eventos culturais ao longo do ano. A combinação única de charme suíço e estilo mediterrâneo me seduziu por completo!
Em uma viagem de enoturismo pela Suíça, nas regiões italiana e francesa, os viajantes têm a oportunidade única de mergulhar na rica tradição vinícola do país, explorar paisagens deslumbrantes e imergir na cultura e história das regiões vinícolas. Com a presença de caves centenárias, experiências gastronômicas excepcionais e vistas de tirar o fôlego, a Suíça se revela como um destino surpreendente para os amantes do vinho em busca de uma jornada gloriosa. A excelência dos serviços, a organização impecável, a limpeza e a segurança do país, aliadas à eficiência da malha ferroviária, tornam a Suíça um destino incomparável em todas as estações do ano, pronto para acolher os turistas brasileiros.
A jornalista Renata Araújo viajou a convite do Turismo da Suíça.
Renata Araújo é jornalista, editora do site You Must Go! e da página no Instagram @youmustgoblog