Chegamos na metade do mês de abril, agora faltam menos de trinta dias para o aniversário do Méier e do grande Lima Barreto. No início desta semana, dia 11 de abril, começamos comemorando o centenário da Portela já ansiosos pela chegada do dia 23, onde novamente festejaremos todo sincretismo do santo guerreiro. Junto a São Jorge também celebramos o aniversário do mestre Pixinguinha, data transformada no Dia Nacional do Choro em uma justa homenagem.

Sabemos das dificuldades cotidianas e exatamente por isso buscamos motivos para brindar a vida. Fazemos festas para reverenciar nossa existência, resistência, essência, ancestralidade, tradições e laços de sociabilidade. Felizmente seguimos nos reunindo, conectando nossa suburbanidade por entre os quintais, terreiros, bares e ruas.

Este final de semana evidencia novamente a potencialidade e pluralidade cultural dos subúrbios cariocas. Teremos roda de Choro com o Mestre Siqueira, no Sesc de Ramos, Show com Áurea Martins, André Gabeh e Vidal Assis, na Arena Dicró, comemoração do centenário da Portela, no Parque Madureira, e até aula pública com Luiz Antônio Simas, no coreto de Quintino.  Porém, neste sábado (15), também temos espaço para a literatura suburbana dar seu devido recado, na Belle Époque do Méier.

Sabemos que as últimas duas décadas do século XXI marcam um avanço significativo no campo das pesquisas, publicações e divulgação de projetos suburbanos. Atualmente temos cada vez mais referências bibliográficas multidisciplinares para ampliar nossos diálogos e conhecimentos sobre a história dessa parte tão significativa da cidade. Juntos daremos mais um importante passo em direção a consolidação dessa luta por maior reconhecimento e visibilidade para os subúrbios.

A Ocupação Literária Suburbana, organizada pelo amigo Ivan da Belle Époque junto a outros parceiros, pretende propiciar um espaço democrático de trocas. Logo, autores, pensadores, aqueles que vivem, pesquisam e admiram os subúrbios estão convidados a trazerem, divulgarem e ofertarem seus livros, artes e ideias.

Um dos coletivos que esta ajudando na realização do evento é o “Engenhos de Histórias”. Formado no ano de 2020 por pesquisadores das várias ciências humanas, o coletivo lança seu primeiro livro as vésperas de se comemorar 134 anos do bairro do Méier, tendo como objeto o próprio bairro. “Um Grande Méier de Histórias: heranças. caminhos e lembranças dos subúrbios cariocas” é uma produção que visa resgatar e criar memórias, gerando novas narrativas históricas e valorizando identidades suburbanas.

No sábado também teremos o lançamento dos livros: “Memórias de um time de esquina” e “Subúrbios: espaços plurais e múltiplos do Rio de Janeiro”. Entre os convidados ilustres destacamos a presença de Gisa Nogueira, Claudio Jorge, Didu Nogueira, Elika Takimoto, Leandro Leal, André Gabeh, Vitor Almeida e muitos outros.

As trações musicais ficam por conto dos músicos Joaquim Simões e Luiz Salgueiro, que apresentam chorinhos consagrados e novas interpretações, além do grupo de samba Raízes do Cachambi.

Segue a programação:

OCUPAÇÃO LITERÁRIA NA LIVRARIA BELLE ÉPOQUE

Rua Soares, 50 – Méier
Neste sábado, 15 de abril
(Em frente ao Colégio Visconde de Cairu)

10h30 – “Memórias de um time de esquina” (lançamento do livro), com a presença do escritor Francisco Oliva.

11h30 – “Puro suco: narrativas suburbanas nas redes” (André Gabeh, Leandro Leal e Philippe Valentim, mediação de Rôssi Alves)

12h30 – “Contação de histórias com o livro Chama o Sol, Matias” (Anamô Soares)

13h30 – “Um grande Méier de Histórias: heranças, caminhos e lembranças dos subúrbios cariocas” (lançamento do livro do Coletivo Engenhos de Histórias)

14h30 – “Apresentação de Chorinho” (Joaquim Simões e Luiz Salgueiro)

15h30 – “Um Rio suburbano” (Vitor Almeida, Elika Takimoto e Rafael Matoso, mediação de Janaina Nascimento)

16h30 – “Subúrbios: espaços plurais e múltiplos do Rio” (lançamento deste livro)

17h30h – “Roda de samba” (Grupo Raízes do Cachambi)

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