Aprender em dois idiomas: na prática, como funciona o ensino bilíngue?
Estudos apontam que a escolha é um caminho para desenvolver ainda mais a criatividade, empatia e pensamento crítico das crianças
Nos últimos anos, o ensino bilíngue vem ganhando força no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi), o país já conta com mais de 1,2 mil escolas que adotam algum modelo dentre os possíveis — um crescimento de cerca de 10% nos últimos cinco anos. A expansão reflete uma mudança de perspectiva: famílias e educadores buscam formas de ensino que preparem as crianças para um mundo mais conectado, diverso e em constante transformação.
Mas o bilinguismo não é sinônimo de aprender inglês ou qualquer outro idioma. Para Paulo Abreu, diretor acadêmico-operacional da escola Maple Bear Gávea, aprender em duas línguas é mergulhar em diferentes formas de pensar e compreender o mundo. “Quando as disciplinas se encontram em mais de um idioma, o aprendizado se torna mais integrado, criativo e profundo. A metodologia canadense, reconhecida mundialmente entre as mais avançadas, promove a construção do conhecimento por meio da investigação, da resolução de problemas e da comunicação significativa”, comenta ele, reforçando que desta forma o inglês deixa a ser um fim em si mesmo e passa a ser o meio de instrução que amplia as conexões cognitivas, estimulando o raciocínio e fortalecendo o desenvolvimento do cérebro em múltiplas áreas.
Prova disso são as inúmeras pesquisas sobre o tema, a exemplo de um estudo da UNESCO e da Universidade de Cambridge, que apontaram que crianças expostas a contextos bilíngues desenvolvem maior flexibilidade cognitiva, atenção e empatia cultural. O Ministério da Educação também reconhece a importância dessa abordagem: desde 2020, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Bilíngue indicam que o currículo deve promover o desenvolvimento integral, conectando competências linguísticas, cognitivas e culturais.
Com a chegada do período de matrículas para o próximo ano letivo, muitas famílias começam a pesquisar escolas e propostas pedagógicas. No caso das bilíngues, é importante observar não apenas a presença de uma segunda língua, mas como ela se integra à rotina escolar. Mais do que aulas de idioma, o que faz diferença é uma proposta imersiva, em que o uso da língua adicional esteja conectado aos conteúdos, às experiências e ao desenvolvimento integral da criança. Afinal, aprender em duas línguas é também aprender a olhar o mundo de diferentes formas.
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