Você lembra da primeira vez que ganhou flores?
Curiosidades por trás do ato de presentear com flores e o que dia de São Valentim tem a ver com isso
Você lembra da primeira vez que ganhou flores? Eu lembro. Foi no meu aniversário de seis anos. Ganhei uma caixinha de perfumes e um buquê de flores do meu pai. Talvez eu já esperasse pelos perfumes, mas as flores me surpreenderam muito. Lembro exatamente do momento que ele chegou em casa com meus presentes. Eu me senti tão especial, tão amada! Foi realmente marcante pra uma menininha que só pensava em bichos de pelúcia e cachorros. Acho que meu pai não tem ideia do quanto isso foi especial pra mim e talvez ele mesmo nem se lembre desse presente.
Hoje o costume de dar flores já ultrapassou a velha ideia romântica e antiquada de homens presenteando mulher – seja para se declarar ou para se desculpar. É um carinho e um gesto de amor entre pais e filhos, avôs e netos, amigos e também amores, claro.
Vamos a um pouquinho de história? Existem várias hipóteses para explicar a origem do ato de presentear com flores. Para mim, a mais simpática é essa aqui, que tem relação com o Dia de São Valentim, o dia dos namorados gringo:
Parece que nos anos 200 a.C. o imperador romano Claudio II resolveu proibir os casamentos com a justificativa de que homens solteiros seriam melhores soldados. E lá estava o Bispo Valentim pra contrariar essa ideia tola. Ele continuou celebrando os casamentos escondido e, quando descoberto, foi preso e condenado à morte. Enquanto estava na prisão aguardando sua sentença, começou a receber flores e bilhetes de jovens agradecidos, esperançosos e que ainda acreditavam no amor. Ele também se apaixonou por uma moça cega e parece que a fez enxergar de novo – esse é o milagre que o tornou santo da Igreja Católica. Milagre por si próprio ele não conseguiu fazer e foi morto no dia 14 de fevereiro. Deixou um bilhete pra sua amada com a assinatura “Do seu, Valentim”, e daí vem o Valentine’s Day, que é comemorado hoje e vem ganhando popularidade no Brasil. É um história bem lindinha!
A partir daí foi crescendo o hábito de oferecer flores como gesto de amor e agradecimento (bem antes disso já havia a tradição de ofertar flores aos mortos e às crianças recém-nascidas como sinal de boas-vindas). Cada flor foi ganhando uma simbologia e muitas vezes é com base nelas que desenvolvemos nossas preferências pessoais.
Independente da origem e do simbolismo, dar flores é um ato lindo e muitas vezes é mais marcante para quem as recebe do que podemos imaginar – assim como a minha história de quase 26 anos atrás! As flores dizem aquilo que não pode ser dito, expressam o que as palavras não alcançam. As flores abraçam, beijam, dizem “eu te amo”, “sinto sua falta”, “boa sorte” e até “me desculpe”.
Bom, além de animar você que está lendo este post a presentear com flores, eu queria mesmo que esse espaço que vai ter textos novos toda semana seja o meu pequeno ramalhete para você, leitor. Espero conseguir trazer curiosidades, dicas e histórias interessantes para inspirar. Quero compartilhar o encanto e a leveza da natureza para que os dias possam ser mais leves.
Hoje te convido a tentar se lembrar da primeira vez que recebeu flores e reviver os sentimentos que esse presente te despertou! É bom, não é?!
Paula Pizzi é jornalista e florista à frente da Petalis Flores. Acredita que a beleza, o amor e a leveza das flores e plantas são capazes de transformar ambientes, relações, humores e vidas.