Otavio Furtado

Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
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Paris 2024: Simone Biles responde comentários racistas sobre seu cabelo

Ginasta postou nas redes sociais desabafo antes de conquistar ouro por equipes

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Atualizado em 1 ago 2024, 08h24 - Publicado em 1 ago 2024, 08h11
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  • Simone Biles responde comentários racistas sobre seu cabelo
     (Reprodução/Instagram)

    Simone Biles, considerada uma das maiores estrelas dos Jogos Olímpicos Paris 2024, usou as redes sociais para responder comentários racistas sobre seu cabelo. A ginasta dos Estados Unidos que ganhou o ouro por equipes postou nos stories respostas para críticas que estava recebendo.

    Na primeira postagem ela afirma que fez o cabelo, mas reclama do calor que está fazendo em Paris e a falta de ar-condicionado no ônibus dos atletas. Na sequência escreve: “Na próxima vez que você quiser comentar sobre cabelo de garotas negras. APENAS NÃO”.

    Simone Bailes reclama do calor e falta de ar-condicionado no ônibus dos atletas em Paris 2024
    (Reprodução/Instagram)
    Simone Bailes responde comentários racistas sobre seu cabelo
    Ginasta responde comentários racistas sobre seu cabelo (Reprodução/Instagram)

    Apesar de ainda hoje a sociedade pressionar para que mulheres negras adotem visual com cabelo alisado, cada vez mais a transição capilar é um movimento de empoderamento crescente. Sete em cada dez entrevistadas em uma pesquisa realizada pela Seda no Brasil afirmam que a sociedade continua a pressionar mulheres para que tenham cabelos lisos. Mesmo assim, acreditam que cada vez mais seus pares adotam visual natural.

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    A percepção que este é um movimento crescente é esmagadora. Segundo o levantamento, 96% das mulheres negras acreditam em uma crescente conscientização sobre a beleza e a importância dos cabelos crespos e cacheados naturais.

    Por muito tempo as mulheres negras brasileiras enfrentam restrições sociais, obrigando-as a se conformar com papéis e limitações predeterminados. Agora, elas estão ocupando espaços em que nunca estiveram antes. Como parte desse movimento, essas mulheres estão libertando seus cabelos das expectativas da sociedade e escolhendo usá-los exatamente como querem se expressar”, relata a Dra. Ivy Guedes, autora do livro Estética afirmativa e o corpo negro.

    A prova é que oito entre cada dez entrevistadas enxergam seus cabelos como uma ferramenta vital de expressão. É o que pensa Eloisa Andrades, que aos 13 anos teve o cabelo alisado em um salão sem sua permissão e agora adotou o cabelo natural. “Passar pela transição foi o maior ato político que poderia fazer por mim e pelos meus, foi necessário para minha autoestima como mulher, e principalmente como mulher negra. Uma vez alguém me falou que depois que deixei meu cabelo natural eu fiquei mais feliz e confiante, e esse alguém estava certo, me sinto feliz, realizada e confiante”, comenta.

    Mas essa revolução ainda encontra barreiras, como a dificuldade em achar produtos no mercado para cabelos crespos e cacheados. A insatisfação com as ofertas atuais do mercado chega ao expressivo número de 95% das entrevistadas. Para mudar essa realidade há o surgimento de algumas iniciativas como da Seda se juntou com um time de especialistas em cultura e beleza afro-brasileira e cabeleireiros para lançar uma linha de produtos que atenda essa demanda.

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