Apesar do fato ter ocorrido no último sábado (27/05), somente ontem o caso de ofensas homofóbicas proferidas por uma cliente para colaboradores da Casa do Saulo, restaurante do Museu do Amanhã, ganhou repercussão nas redes sociais.
Identificada como a psicóloga Juliana Machado, a cliente já chegou exaltada ao restaurante e discutia com seus pais, segundo o subgerente Henrique Tartarotti. “Inicialmente a questão estava acontecendo apenas na mesa em que eles estavam. Mas ao percebermos o clima já ficamos monitorando e alertamos a segurança do museu”, explica.
Apesar de relatar que a cliente foi grosseira o tempo todo com o garçom que servia a mesa, o subgerente explicou que a situação se tornou pior quando os pais de Juliana se levantaram para ir embora e a equipe foi conversar com eles do lado de fora. “Nesse momento ela começou a falar mais alto, chamando a atenção de todos que estavam no restaurante, e passou a agredir verbalmente os nosso funcionários com ofensas homofóbicas. Foi quando fui intervir para retirá-la do local”, explica.
Segundo Henrique no momento que outros clientes foram ajudá-los Juliana jogou uma garrafa de vidro na direção de uma cliente e partiu para agressão física. Nesse momento a chef Isabela Duarte interviu e acabou sendo agredida com uma taça de vinho que deixou seu braço sangrando.
A polícia foi chamada ao local mas o caso ainda teria um desdobramento inesperado. Na delegacia foram ouvidas apenas as vítimas, a agressora e os policias. “Não quiseram ouvir as testemunhas”, relata o subgerente. Mas o que mais causou estranheza foi o fato de Juliana ter sido liberada com o registro apenas de lesão corporal.
“Apesar de ter sido relatado tudo, inclusive as ofensas homofóbicas, e da agressora continuar com comportamento agressivo na delegacia, senti uma atitude branda da polícia”, disse Henrique.
Mas os responsáveis pelo restaurante prometem buscar justiça e garantir que todas as medias cabíveis sejam tomadas. “Mandamos nossos advogados para o Rio no próprio sábado e estamos dando todo o suporte, inclusive psicológico aos nossos colaboradores”, explica Saulo Jennings, Chef do grupo Casa do Saulo. Ele explicou ainda que os dois advogados criminalistas que acompanham o caso vão fazer todo o trâmite legal para incluir as ofensas homofóbicas na tipificação do crime. “Inclusive tinha elementos suficientes para ela ter sido presa em flagrante”, completa.
A pena para crime de homofobia é de reclusão de 1 a 3 anos.