Quem é Indianarae Siqueira, ativista trans que terá sua história em livro
"Indianarae Siqueira - Uma Vida Em DesTransição" terá orelha assinada por Erika Hilton
Lançado agora em maio, “‘Indianarae Siqueira – Uma Vida Em DesTransição” é um livro que conta a história de luta ativista TransVestiGenere, como se intitula, Indianarae Siqueira. A líder da Casa Nem, centro de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social, tem muita história para contar.
Em 1995, Indianarae teve os seios expostos por Jovana Baby (a matriarca do movimento trans e travestis do Brasil) em cima do trio da primeira parada LGBTQIA+ do país em Copacabana. No mesmo ano fundou e passou a presidir o “Grupo Filadélfia de Travestis e Liberados”.
Teve sua casa invadida depois que a ONG que fundou conseguiu aprovar oficialmente no Brasil, pela primeira vez, o nome social nos prontuários médicos e que as travestis fossem internadas separadas ou em enfermaria feminina. Por conta da liberação do nome social nos prontuários, logo depois foi concedido a permissão para que os companheiros fossem considerados cônjuges, abrindo assim, margem para reconhecimento da união estável.
Em 2010, em uma audiência pública na ALERJ, sobre as agressões na parada LGBTQIA+ de Copacabana, o deputado Carlos Minc pediu atenção ao assunto depois dos questionamentos de Indianarae sobre falta de nome social no Rio. A reivindicação tornou-se um decreto de ‘Nome Social’ no estado.
Ao longo da vida sofreu diversas ameaças e vive há 30 anos sob protocolo de segurança financiado por ONGs protetoras de direitos humanos. Inclusive já teve que deixar a cidade de Santos, onde morava, e logo depois o país, em 1998. “O movimento está lutando há 3 décadas pelo reconhecimento social das pessoas transexuais, travestis, não binárias e intersexo; as mais esquecidas da comunidade LGBTQIA+. Estivemos na linha de frente da luta pelos direitos LGBTQIA+ levando porrada na cara e sofrendo ameaças”, relembra.
Indianarae foi levada a julgamento oito vezes por ultraje público ao pudor ao expor os seios publicamente reivindicando o direito das pessoas trans à mudança de nome sem a obrigatoriedade de cirurgia ou processo judicial. Foi algemada em um poste por policiais durante um desses protestos.
Sua história de vida já virou longa-metragem que foi exibido na mostra Acid (Association du Cinéma Indépendant pour as Diffusion), em Cannes (França). Ganhou vários prêmios em Festivais mundo afora, como a ‘Coruja de Ouro’, em Berlim, e no Brasil o ‘Coelho de Ouro’, do Festival Mix Brasil e também foi considerado pelo Festival de Cannes como um dos melhores filmes-documentário dos últimos anos.
Agora a trajetória da ativista virou um livro, com orelha escrita por Erika Hilton, introdução de Duda Salabert, contracapa de Camila Marins e produção da capa de Pamelah Castro. “Indianarae Siqueira – Uma Vida Em DesTransição” foi lançado pela editora Metanoia.
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