Otavio Furtado

Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
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Paris 2024: Jogos Paralímpicos terão atleta trans pela primeira vez

Italiana de 50 anos participará das provas de atletismo em categoria para deficientes visuais

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Atualizado em 13 ago 2024, 17h09 - Publicado em 13 ago 2024, 16h53
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  • Pela primeira vez haverá uma atleta trans nos Jogos Paralímpicos, em Paris 2024
     (Reprodução/Instagram)

    Os Jogos Paralímpicos Paris 2024 será histórico em especial para a comunidade LGBTQIA+. Pela primeira vez na história uma atleta trans participará da Paralimpíada. A italiana Valentina Petrillo competirá no atletismo, nas provas de 200m e 400m na categoria T12. A marca acontece três anos depois que uma atleta trans, Laurel Hubbard (Nova Zelândia), participou de uma edição olímpica, no Levantamento de Peso em Tóquio.

    Leia também: Atletas celebram uniforme do Brasil para Jogos Paralímpicos

    Com 50 anos de idade, a velocista italiana afirmou em entrevista à BBC que sabia que era mulher desde os nove anos de idade. Com apoio da esposa, em 2018 passou a viver como mulher e no ano seguinte iniciou a terapia hormonal para transição. Ela considera sua participação em Paris 2024 um “importante símbolo de inclusão”.

    Antes de passar pelo processo, entre 2015 e 2018, conquistou 11 títulos nacionais entre os homens. No ano passado, já competindo na categoria feminina, ganhou dois bronzes no Campeonato Mundial de Paraatletismo. Sobre o desempenho desde que passou pela transição, Valentina afirma que seus tempos ficaram mais lentos. “Meu metabolismo mudou, não sou mais a pessoa enérgica que era. Nos primeiros meses de transição engordei 10kg. Não tenho mais a mesma força física, meu sono não é mais o mesmo e tenho alterações de humor”, revelou.

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    A atleta que quase se classificou para os Jogos Paralímpicos de Tóquio sabe que sua estreia em Paris amplificará o debate sobre a participação de atletas trans. “Esta não é uma escolha de estilo de vida pra mim. Essa sou quem sou”, afirmou sobre como responderá aos questionamentos. “O desporto impõe regras baseadas numa forma de pensar binária. É o esporte que tem que encontrar uma solução e excluir atletas transexuais claramente não é essa solução”, completou lembrando que o número de casos de atletas trans que tiveram destaque com resultados esportivos em competições é muito pequeno.

    Curiosamente ela participará das provas baseada na regra da Federação Internacional de Paraatletismo, que considera uma pessoa legalmente reconhecida como mulher elegível para competir, ao contrário da Federação Internacional de Atletismo, que ano passado proibiu atletas trans que passaram pela puberdade masculina de participar de competições internacionais.

    Questionado sobre a participação de uma mulher trans nos Jogos Paralímpicos, Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional afirmou que é preciso respeitar as regras vigentes e que a italiana será “bem-vinda como qualquer outro atleta”. Mas o dirigente se disse confortável apenas “por enquanto” com a decisão e afirmou que “o movimento esportivo tem de, guiado pela ciência, encontrar melhores respostas para estas situações”.

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