Os destaques de diversidade na Cerimônia de Encerramento de Paris 2024
Assim como na abertura, encerramento da Olimpíada teve momentos marcantes
Se a abertura foi mais direta em exaltar a diversidade, a Cerimônia de Encerramento de Paris 2024 também teve seus momentos marcantes ao falar de temas urgentes e necessários para a sociedade. Separamos cinco trechos da festa que aconteceu no Stade de France que ficarão marcados na história dos Jogos Olímpicos.
Brasil tem pela primeira vez duas mulheres carregando a bandeira
O primeiro momento foi protagonizado pelo Brasil. Logo no início da cerimônia, na entrada das bandeiras dos países que participaram de Paris 2024, nossa delegação entrou para a história da Olimpíada em ser a primeira a escolher duas mulheres para carregar o símbolo nacional. A honraria coube a Duda e Ana Patrícia, dupla que conquistou a medalha de ouro no Vôlei de Praia.
A maioria dos outros países optou por colocar uma atleta mulher e outro homem na posição, mas alguns optaram por um único atleta e teve até mesmo delegação que teve a bandeira carregada por voluntários por não ter representantes na Cerimônia de Encerramento.
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Boxeadora Argelina exibe sua medalha de ouro no Stade de France
Um dos casos mais emblemáticos de Paris 2024 foram os ataques sofridos pela boxeadora Imane Khelif. A atleta argelina foi massacrada nas redes sociais com acusações falsas de que seria uma mulher trans. O caso chegou a um nível que o Comitê Olímpico Internacional teve que emitir um comunicado afirmando que ela estava dentro das regas para participar da competição.
Dias antes da cerimônia de encerramento Imane conquistou a medalha de ouro na categoria até 66kg e as imagens da transmissão oficial, geradas para o mundo inteiro, mostraram ela exibindo sua medalha durante o desfile dos atletas de todos os países.
Campeã olímpica da maratona recebe medalha usando Hijab
Apesar de anunciada no discurso de Thomas Bach, presidente do COI, a igualdade de gênero não chegou a ser uma realidade em Paris 2024. Mesmo assim foi a edição olímpica com menor diferença entre atletas homens e mulheres participando. Os organizadores resolveram então dar protagonismo para as atletas e pela primeira vez o pódio da maratona, que acontece desde a primeira edição da Olimpíada na Cerimônia de Encerramento, foi da categoria feminina.
Mas o que mais chamou atenção acabou não sendo planejado pelos organizadores. A holandesa Sifan Hassan foi receber a sua medalha de ouro usando Hijab (véu islâmico), vestimenta que é proibida de ser usada em competições esportivas na França.
Primeira medalhista da história da Equipe de Refugiados teve posição de destaque
Criada na Rio 2016 pelo Comitê Olímpico Internacional, a Equipe de Refugiados alcançou um feito histórico em Paris 2024 com a primeira medalha conquistada. A boxeadora Cindy Ngamba ficou com o bronze na categoria 75kg. Nascida em Camarões, ela vive atualmente no Reino Unido por não poder retornar ao seu país sob pena de se presa por sua sexualidade.
Na festa de encerramento, Ngamba foi chamada ao palco num momento em que atletas representantes dos cinco continentes participaram com destaque da cerimônia. Ela foi citada nominalmente e estava ali em nome de todos os atletas que competem nessa equipe que não representa nenhum país especificamente.
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Pela primeira vez uma prefeita negra recebe a Bandeira Olímpica
Outro momento impactante para as mulheres foi o fato de serem duas prefeitas presentes na cerimônia – Anne Hilago de Paris e Karen Bass de Los Angeles. Um dos momentos mais simbólicos da Cerimônia de Encerramento, a passagem da Bandeira Olímpica teve ainda a presença da ginasta Simone Biles.
Pela primeira vez na história o símbolo maior do olimpismo foi entregue para uma mulher negra como representante da próxima cidade sede. Karen recebeu do presidente do COI de forma simbólica os Jogos Olímpicos, já que a cidade norte-americana receberá a próxima edição em 2028. Na sequência ela a entregou à Simone Biles durante a execução do hino nacional dos Estados Unidos.