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Otavio Furtado

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Ator fala do desafio de viver uma drag no cinema

Carlos Arruza vive um pai de família que sai de um casamento conservador para viver a arte drag

Por otavio_furtado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 set 2023, 08h11
Carlos Arruza fala sobre desafio de viver drag no cinema
 (Fernando Cunha Jr/Divulgação)
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Quando recebeu o convite para ser protagonista de “Alice, meu pai” Carlos Arruza teve insegurança se conseguiria viver uma drag no cinema. Mas o reconhecimento do curta em festivais do cinema, como o Brazil New Visions Film Festival, onde foi indicado a premiação de melhor ator, mostram que ele entregou a personagem com credibilidade.

Alice é uma drag queen que viveu por muito tempo os rigores de uma família extremamente religiosa e se separou para viver a experiência de explorar sua feminilidade. Por isso, sua heteronormatividade acabou sendo essencial para que Carlos conquistasse o papel.

“No início achei que o Fernando (Fernando Cunha Jr é diretor do curta) tinha errado na minha escolha. Mas ele me passou que justamente precisava de um ator com o meu perfil para passar a experiência da Alice”, explicou o ator.

Maquiagem foi um dos desafios na construção da personagem
(Aguinaldo Flor/Divulgação)

Mas para mergulhar na personagem e conseguir entrega-la com feminilidade e sem caricatura, Carlos precisou pesquisar muito a respeito. Além do material enviado pelo próprio diretor, passou a frequentar shows e conversar com drags. Admitindo sua ignorância sobre o assunto teve como primeiro aprendizado que fazer drag não é condição de sexualidade.

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A partir daí construiu Alice com traços bem femininos e movimentos delicados. Foi justamente este um dos maiores desafios para conseguir passar essa verdade. Sua desconstrução como pessoa passou até pela maquiagem. “Juto com a Bia Torres (maquiadora) preparamos um trabalho com muita sombra pra suavizar meus traços brutos”, lembra.

Da experiência ficou também um aprendizado sobre um tema que como Carlos mesmo define estava próximo da sua realidade mas se mantinha cego. “O tempo todos estamos nos desconstruindo, falando de novos espaços e respeito. Alice não foi um processo confortável de entrega, mas se tornou algo de muita satisfação e descobrimento”, finaliza.

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