Consumir Harry Potter é financiar ataques anti-trans
Conhecida por declarações anti-trans polêmicas e até mesmo mentirosas, autora da saga agora financia grupos que querem tirar direitos de pessoas transgênero

Não é de hoje que as declarações polêmicas de J.K. Rowling ganham destaque nas redes sociais pelo constante ataque a comunidade transexual. A dimensão que tais palavras ganham por se tratar de uma autora bastante conhecida, especialmente entre jovens, por ter escrito a saga de Harry Potter, já era motivo se sobra para o boicote a obra da autora, mas agora isso de torna urgente.
Rowling financiou o grupo For Women Scotland que processou o governo local por incluir mulheres trans na cota de mulheres em conselhos de agências governamentais. A batalha judicial acabou na mais alta corte britânica que no último dia 16/04 decidiu que mulheres transgênero não se enquadram na definição legal de mulher. A decisão é preocupante porque, entre outras coisas, poderá limitar o acesso a serviços destinados a apenas um sexo, como abrigos para vítimas de violência doméstica, e até mesmo proibir o uso de banheiro de acordo com o gênero que se identificam.
A autora de Harry Potter fez um post nas redes sociais celebrando a decisão do tribunal com a legenda “Adoro quando um plano dá certo”, mostrando que a argumentação inicial pode ser apenas uma maneira de buscar diminuir os direitos da população trans de forma mais ampla.
I love it when a plan comes together.#SupremeCourt #WomensRights pic.twitter.com/agOkWmhPgb
— J.K. Rowling (@jk_rowling) April 16, 2025
Isso comprova que ao consumir qualquer produto de Harry Potter estamos no final da cadeia financiando grupos que combatem direitos da comunidade trans. Há quem argumente que é preciso separar a obra da autora, mas isso se torna inútil quando lembramos que é justamente seu trabalho que gera dinheiro para que J.K., entre outras coisas, apoie esse grupos radicais.
O retrocesso acontece em um período em que a comunidade trans vem sendo atacada em diferentes partes do mundo com legislações que não oferecem direitos e segurança. Até mesmo no Brasil recentemente uma decisão do Conselho Federal de Medicina sobre idade mínima para procedimentos de reafirmação de gênero foi criticada e mostra perda de direitos de pessoas trans.