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Manu Müller

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Wabi sabi: a originalidade vem da imperfeição

Com base no Zen Budismo, essa estética japonesa nos ajuda a enxergar a beleza nas marcas e rugas do tempo que nem sempre precisam ser ignoradas

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Atualizado em 28 out 2021, 15h41 - Publicado em 27 out 2021, 13h20
A imagem mostra um bowl em cerâmica quebrada
O bowl em cerâmica continua útil e com a sua cicatriz  (Pinterest/Reprodução)
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“Wabi” é a quietude, a simplicidade e o rústico. “Sabi” se refere à beleza da idade, do desgaste e das rugas do tempo. Um conceito que surgiu no Japão em pleno século 15 na era dos Samurais e que encantou os quatro cantos do mundo com a sua estética que nada na vida é perfeito.

Oposto à ostentação, ao caos, ao barulho, a competição e principalmente a perfeição, o wabi sabi aceita as marcas do tempo, o simples, o imperfeito, o silêncio e a natureza por perto. Nada dura, nada é completo, nada é perfeito. Esse é o pilar da estética do wabi sabi.

Mesmo no mundo acelerado e competitivo que vivemos esse conceito viajou no tempo e continua cada vez mais forte. O wabi sabi se encontra nos pequenos detalhes. Ele é sutil, discreto e é preciso ter muita sensibilidade para senti-lo.  A beleza se revela na arte do tempo, nas marcas do tempo e na apreciação do despojamento.

Tapetes de fibras naturais sempre apresentam algum defeito, mas sempre garantem sua qualidade. Flores secas reaproveitadas em novos arranjos não perdem sua beleza. Uma poltrona envelhecida com couro marcado não perde seu conforto, muito menos sua elegância. O piso desgastado não deixa de ser um piso charmoso. Um móvel riscado não deixa de ser útil. O que para muitos seria a descrição de uma casa antiga ou de um móvel que não vale mais a pena, para os que apreciam o espirito wabi sabi esses são os elementos que devem ser valorizados e enaltecidos, pois são carregados de histórias e imperfeições.

A imagem mostra uma casa com deck e jardim
No projeto de Marcia e Manu Müller o deck da casa se destaca em meio à natureza com suas marcas do tempo (arquivo pessoal/Reprodução)

A casa não pode ser uma vitrine. Os objetos precisam ser escolhidos com amor e ter uma história para contar. A atmosfera da casa precisa ser natural. O pensamento e as marcas do tempo precisam circular pelos ambientes e rejeitar a ideia da casa perfeitinha. Porque se a nossa vida não é, a nossa casa também não pode ser.

O wabi sabi também aborda a assimetria, o minimalismo e o uso de materiais naturais como a palha, a madeira envelhecida, fibras e cerâmicas.  Paletas de cores terrosas e mais tranquilas como o off – white e cinza neutro entram facilmente com esses elementos orgânicos e o resultado é sempre belo.

A imagem mostra um quarto com cestas de palha no chão, cama de madeira e parede branca
O quarto com a estética wabi sabi se torna mais leve e a madeira desgastada mais elegante (Pinterest/Reprodução)

 

A imagem mostra uma bancada com 2 espelhos e 2 pias
Marcia e Manu Müller usaram palha no teto do banheiro minimalista (arquivo pessoal/Reprodução)

 

A imagem mostra uma sala com lustre de palha, banco e almofada
A simplicidade e a beleza da estética wabi sabi (Pinterest/Reprodução)

Deixe os elementos envelhecerem e criarem suas rugas, manchas e cicatrizes. Nem sempre as marcas do tempo precisam ser ignoradas. Eles ficam mais fortes e têm mais historias para contar.  Tal como nossos corações, nos fortalecemos com rugas e cicatrizes. E assim é a vida.

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A imagem mostra uma mesa de madeira com folhas secas, pratos e talheres
Decorando a mesa com espírito wabi sabi (Pinterest/Reprodução)
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