Além da luz: luminárias que iluminam emoções
Conheça peças que estimulam a imaginação e têm o poder de evocar diferentes sentimentos a partir de um singelo facho de luz
A iluminação é um fator importantíssimo na valorização do espaço. Ela esculpe, enriquece e proporciona às pessoas um ambiente confortável, saudável e inspirador.
Já faz algum tempo que as luminárias perderam o posto de coadjuvantes na decoração. Se antes elas serviam meramente como iluminação auxiliar, hoje chegam a ser as protagonistas da ambientação.
Rompendo a monotonia
Com design cada vez mais diferenciado, seja em grandes proporções ou para compor uma mesa, hoje podemos encontrar, luminárias que são verdadeiras obras de arte. Elementos de destaque na decoração, elas levam brilho diferenciado e uma dose de personalidade aos ambientes.
Ousadas, as luminárias criativas têm o poder de criar atmosferas únicas, conferindo ao espaço uma sensação de aconchego e estilo, criando um equilíbrio entre forma e função e chamando atenção até quando estão apagadas.
De frente com o criador
Nesta edição mergulhamos no universo das criações do arquiteto e designer Ricardo Melo, que desenvolve peças que resgatam sentimentos e capturam emoções da luz.
Muito mais do que ditar o humor de um ambiente, a ideia é quebrar a monotonia do mercado de iluminação misturando arte, tecnologia e beleza. Suas luminárias não só se diferenciavam pela sua genialidade em cutucar o público, mas também por serem fáceis de inserir na decoração.
Manu: Como você descreve sua criação?
Ricardo: Tenho trabalhos que estão relacionados à arquitetura, ao antiquariado e ao sentimento do afeto, do lúdico. Esses dois últimos tiveram mais evidência, e acabei desenvolvendo mais.
Manu: Quais são suas referências profissionais?
Ricardo: Por incrível que pareça, a primeira luminária que eu fiz é uma referência ao mestre Luis Sullivan, que disse que a “Forma segue a Função”. As primeiras luminárias foram: Meu Coração e a linha Andrea. A partir delas, foram desdobramentos.
Manu: Qual sua leitura sobre o mercado brasileiro na área?
Ricardo: Eu acho que o mercado de design brasileiro é bem característico, regional, sabe? Eu acabei de fazer um acompanhamento virtual da última versão da Maison & Objet e nesse momento estou com as minhas peças participando da Abup, aqui em São Paulo. E vemos a mesma tendência, mas com um toque de brasilidade, o que é muito legal! Além disso, grandes nomes do design nacional, como os Irmãos Campana e o Jader Almeida, são sucesso internacional.
Manu: Design é uma arte?
Ricardo: Totalmente. Na verdade eu nem sei o motivo pelo qual existem essas duas denominações. No começo eu até pedi a opinião de uma amiga, a Gabi Índio da Costa, para me ajudar a saber onde eu me encaixava.
Manu: De todas suas criações, qual o seu novo xodó?
Ricardo: As luminárias Revoada. Vou acrescentar mais duas que não são novas, a Coração Apertado, que me deu visibilidade, e a Amor em Línguas, que acho muito poética.
Manu: Como é esse momento de ver suas peças saindo da imaginação e ocupando de fato vitrines e a casa das pessoas?
Ricardo: É uma delícia. Tem vezes que eu até me surpreendo com o feedback das pessoas. Pela interpretação delas em relação ao meu trabalho e pelo sentimento que elas me contam que o meu produto transmite. O meu trabalho na parte afetiva cresceu muito na pandemia: o coração, o afeto, a luz eram tudo o que todo mundo precisava naquele momento. Além disso, ver o meu trabalho emoldurando projetos lindos e chiques por esse Brasilzão e também pelo mundo… é BOM DEMAIS!
Manu: O que faz uma casa feliz?
Ricardo: Acho que a maioria das pessoas sabe que eu sou arquiteto e acho que essa pergunta me toca no lado arquiteto. Na minha concepção de projeto. O que torna uma casa feliz é, em primeiro lugar, a organização, um bom projeto, ter tudo no seu lugar. E, em segundo lugar e mais importante, é a simplicidade. Eu não sou chegado a exagero, automação (tenho verdadeiro pânico quando o cliente pede uma cortina motorizada). Acho que a gente tem que sentir a casa. Ela é a essência da nossa personalidade.