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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Teatro, por Claudia Chaves: “Uma peça cansada” — Acorda, amor!

Natasha Corbelino faz um monólogo com a filosofia do "pau que bate em Chico bate em Francisco"

Por lu.lacerda
Atualizado em 13 dez 2024, 11h04 - Publicado em 13 dez 2024, 10h00
Natasha Corbelino abre a porta da sua casa para sessões que duram uma hora cada  (Natasha Corbelino/Divulgação)
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Desde sempre, a Filosofia cuida de querer definir o cansaço: primeiramente, como problema existencial, conforme apontam Heidegger e Kierkegaard, na presença de nossa finitude ou mesmo no desespero de não conseguir enfrentar a própria verdade. Até que o filósofo contemporâneo Byung-Chul Han, em “A Sociedade do Cansaço”, argumenta que esse estado é um sintoma da sociedade neoliberal, onde os indivíduos são pressionados a ser “empreendedores de si mesmos”.

É dessa mistura — a eterna pergunta sobre a luta de viver com as questões de como levar a carreira, ser a única responsável pelo próprio sustento — que Natasha Corbelino, de forma absolutamente inteligente, transforma essas preocupações, angústias e dificuldades em um exercício de pura poesia. “Uma peça cansada” é a prova cabal de que os raros talentos resolvem raríssimos e complexos  problemas.

Natasha abre as portas de sua casa para um monólogo com a filosofia do “pau que bate em Chico bate em Francisco”. Oferece água, faz exercício de integração e, o melhor de tudo, apresenta um colchão para quem quiser assistir deitado. Ganhei o campeonato.

A partir daí, Natasha  funciona como um ímã para o conjunto de 10, 12 pessoas, pois sua atuação é arrebatadora — não há como tirar os olhos delas. Sem qualquer cansaço. Natasha faz 10 sessões seguidas, cada qual de uma hora, em que conversa, ri, dramatiza, mal se movendo fisicamente (para não ficar cansada). Assim, o significante (aquilo que vemos, o que faz) só reforça o brilhante texto em que dialoga consigo, com a vida e com os assistentes.

Natasha joga nas onze do teatro — tudo que faz é de uma competência, de um acerto, usando todas as técnicas, inclusive a corporal, pois é formada em ballet. Mestre pela UFRJ, é doutora em saber extrair das palavras e dos gestos os grandes sentidos, aqueles de que, muitas vezes, não queremos tomar conhecimento.

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Ao contrário de nos deixar cansados, exaustos, Natasha nos dá um sacolejo espiritual de tal dimensão, que saímos aos pulos de pura emoção. O espetáculo é um sucesso absoluto. Vá com a certeza de que Natasha nós dá uma hora de absoluta animação, aquela de que só os grandes artistas são capazes!

Serviço:

Domingos: 15 e 22 de dezembro, e 12, 19 e 26 de janeiro de 2025

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Sessões de hora em hora, a partir das 11h. 

A peça acontece na Zona Sul. O lugar exato é informado depois da confirmação da reserva. 

Mais informações pelo instagram: @natashacorbelino ou pelo e-mail: natashacorbelino@gmail.com

Claudia Chaves
(Arquivo/Arquivo pessoal)
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