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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Teatro, por Claudia Chaves: “O traidor” — fidelidade ao teatro

Um espetáculo meticulosamente construído para mostrar a base do que é teatro como arte performática

Por lu.lacerda
Atualizado em 14 mar 2025, 10h52 - Publicado em 14 mar 2025, 10h00
Foto Festival de Curitiba Annelize Tozetto 2
 (Annelize Tozetto/Divulgação)
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Desde que o grupo de artistas chamados impressionistas surgiu em 1874, em polêmica exposição para romper com a estética da época, a relação com a arte virou de ponta cabeça. As vanguardas do século XX ainda hoje repercutem com seu principal dilema: forma ou conteúdo, mensagem ou impacto estético, significado ou mera fruição. A junção dos talentos de Marco Nanini e Gerald Thomas em “O Traidor” aponta, desde o título, para um espetáculo que é meticulosamente construído para mostrar a base do que é teatro, como arte performática.

Matheus José Maria-27 - Carolina Tavares
(Matheus José Maria/Divulgação)

Abrem-se as cortinas. O  que se vê é uma enorme escultura de Nanini, deitado de lateral, coberto com cordas, exatamente como Gulliver em Liliput. E aí surge Nanini, o ator-solo, que se encaminha, no incrível cenário da ilha, para uma poltrona que lembra um trono medieval. O coro é formado por Apollo Faria, Hugo Lobo, Marllon Fortunato e Wallace Lau. Eles desempenham movimentos que são performances para apoiar o que Nanini fala.

A primeira coisa que se percebe com a citação à teoria de tragédia de Nietzsche, contrapondo-se àquela de Aristóteles, é que as indagações do ator são apenas um motivo para se pensar o que é a essência do teatro. Há que contar uma história? Há que ter uma multiplicidade de personagens? Há que ter um conflito explícito, tradicional no qual a obra se baseia e irá resolver?

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(Carlos Cábera/Divulgação)
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No palco de “O Traidor”, estão um jogo entre uma possível traição que levou o personagem à ilha e a explícita traição a um teatro sem invenções, sem nenhuma ousadia. Os textos vão sendo falados, perguntas jogadas ao ar, movimentos aparentemente desconectados. No entanto, a dimensão de isso tudo é dada pelo ator extraordinário, além do talento que é Marco Nanini, iluminado por uma luz que funciona como uma instalação.

O acerto da montagem é a capacidade de diretor/ator/equipe formarem um conjunto sólido, aderente ao que se vai ver nesse espetáculo repleto de perfeição. Direção, ator, cenário, luz, figurino, música, coro nos provam que a emoção gerada pela interação entre o que acontece num palco e o que se assiste ainda é a maior de todas.

Serviço:

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Local: Teatro Multiplan VillageMall, Barra (Av. das Américas, 3900 – SS1)

De 20 a 23 de março, quinta e sexta, às 20h; sábado e domingo, às 17h.

Claudia Chaves
(Arquivo/Arquivo pessoal)
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