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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Teatro, por Claudia Chaves: “Meu remédio” — dando nome aos bois

O "dar nome aos bois" é uma expressão de duplo sentido: a dificuldade de nomear qualquer coisa ou ser sincero

Por lu.lacerda
31 jan 2025, 09h00
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 (Gustavo de Freitas Lara/Divulgação)
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O “dar nome aos bois” é uma expressão de duplo sentido: a dificuldade de nomear qualquer coisa ou ser sincero. Ambos os processos já são complicados. Imagine a escolha do nome de um filho, que cabe ao pai ou à mãe, fazendo com que ele carregue esse legado, essa herança pelo resto da vida. Imagine quando o pai e a mãe são de culturas diferentes, países diferentes, religiões diferentes e, num acordo, resolvem que o pai vai pôr o nome no filho e a mãe, o nome da filha. É assim que nasce a história de “Meu Remédio”, que conta os impasses, as alegrias, os encontros e desencontros do ator Mouhamed Harfouch.

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(Gustavo de Freitas Lara/Divulgação)

Para começar, é muito interessante o título: Mouhamed era chamado de “Meu Remédio” pelo porteiro, mas, ao escrever esse texto, ele remedeia todas as tristezas causadas pelo nome e que marcaram sua vida. Todas as tristezas, todas as questões que ele teve com um nome complicado, difícil de pronunciar e, mais do que isso, claramente representante de uma cultura são a base do espetáculo, posto que o que não tem remédio, remediado está.

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(Gustavo de Freitas Lara/Divulgação)

A obra autoral, um primor do estilo chamado escrita de si, essa dramaturgia que é um projeto do ator, pode parecer simples, mas é muito sofisticada. Ele está sozinho no palco, mas contracena não com pessoas, mas com o seu nome complicado e os episódios por ele gerados. Com isso, conta e define todas as suas origens, a mãe, o pai, o tio, a irmã, os colégios, os amigos, e decide, sobretudo, que, apesar dessas dificuldades, vai ser ator. Aliás, ótimo ator.

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(Gustavo de Freitas Lara/Divulgação)

A direção de João Fonseca capta muito bem o dilema do ator; com isso, o texto é leve, e os gestos são coerentes com o que diz, uma reprodução do cotidiano. Essa estrutura de texto faz com que as pessoas se identifiquem com drama uma vez que dificilmente alguém diz “eu adoro meu nome”. Todo nome tem uma história e uma história a se carregar. É essa história que as pessoas têm que carregar, a sua herança, e essa herança tem que ser transformada em legado, contado com muita habilidade na peça.

SERVIÇO:

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Até 16 de fevereiro, quintas a sábados, às 20h; domingos, às 19h

Teatro Ipanema Rubens Corrêa (Rua Prudente de Morais, 824)

Ingressos aqui. 

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Claudia Chaves
(Arquivo/Arquivo pessoal)

 

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