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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Teatro, por Claudia Chaves: “A palavra que resta”

O amor que não pode dizer seu nome

Por lu.lacerda
7 mar 2025, 09h00
Carolina Spork
 (Carolina Spork/Divulgação)
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Oscar Wilde foi preso. Alan Turing, o pai da computação, suicidou-se na prisão. Em 2023, morreram, de forma violenta, no país, 230 pessoas LGBT+, uma a cada 38 horas. O premiado romance “A palavra que resta”, de Stenio Gardel, transforma-se em poema na peça que traz o retorno aos palcos da Cia. Atores de Laura, sob a direção de Daniel Herz.

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(Carolina Spork/Divulgação)

2024 A PALAVRA QUE RESTA [Foto-Carolina Spork] Divulgação-33
(Carolina Spork/Divulgação)
Em cena, estão cinco atores do grupo original (Ana Paula Secco, Charles Fricks, Leandro Castilho, Paulo Hamilton e Verônica Reis) e a atriz convidada Valéria Barcellos. Com as técnicas do teatro armorial, conseguem equilibrar, de forma perfeita, a poesia do texto com os movimentos de corpo, revezando-se em vários papéis, inclusive do  protagonista.

A simplicidade dos personagens — pessoas comuns, que exprimem “o sertanejo, antes de tudo, é um forte” — se expressa na escolha dos figurinos do premiado Wanderley Gomes: macacões que parecem iguais, mas são diferentes, em uma confecção artesanal com tingimento dos tecidos, no cuidado dos recortes, que funcionam para evidenciar o significado primeiro: todas as pessoas são absolutamente iguais.

Carolina Spork
(Carolina Spork/Divulgação)
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A direção de Daniel Herz faz com que os atores se movimentem, se toquem, se exprimam com os movimentos de corpo, em um ballet que varia do solo até o conjunto de todos. Essa corporalidade faz a atuação equilibrada transformar-se em um destaque do mais puro talento de todo o grupo.

A beleza do texto lembra uma grande odisseia, pois relata o trajeto do herói, Raimundo, com suas “aventuras”. Regido pela própria busca de um cálice sagrado, ele vai aprender a ler para saber o que seu amor adolescente lhe disse em uma carta, quando se separaram.

Carolina Spork
(Carolina Spork/Divulgação)
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Carolina Spork
(Carolina Spork/Divulgação)

A construção é meticulosa em todos os sentidos: a beleza evidenciada na voz dos atores; a trilha musical que mostra as nossas raízes; o cenário com as molduras vazias; a lua cheia que nos ilumina; a cruz da penitência que toma o cenário. Como o rio, um personagem importante na trama, vemos escorrer a vida, afogamentos, o deixar-se levar… Salvam-se aqueles ao entender que o que vale a pena é exprimir a individualidade.

Serviço:

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Teatro Laura Alvim, Av. Vieira Souto, 176, Ipanema.
 
De 7 a 30 de março, sextas e sábados, às 20h; domingos, às 19h. 

Claudia Chaves
(Arquivo/Arquivo pessoal)
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