Imagem Blog

Lu Lacerda

Por Lu Lacerda Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jornalista apaixonada pelo Rio

Teatro, por Claudia Chaves: “Cobras, Lagartos e Minhocas”

A interpretação de Álvaro corresponde às intenções do texto: o trajeto de um homem em busca da sua escolha

Por lu.lacerda
Atualizado em 18 abr 2025, 12h00 - Publicado em 18 abr 2025, 10h00
Cobras lagartos e minhocas - crédito Renato Mangolin (11)
 (Renato Mangolin/Divulgação)
Continua após publicidade
Cobras lagartos e minhocas - crédito Renato Mangolin (1)
(Renato Mangolin/Divulgação)

É incrível como ditados populares e gírias são capazes de traduzir sentimentos, intenções, diagnósticos — mesmo no que vai pela mente das pessoas. Às vezes, as expressões explicitam o que se faz. Cobras e lagartos é uma delas, pois se refere a criticar duramente ou espalhar maldades, mentiras, sem perdão. Já ter minhocas na cabeça são pensamentos que crescem, meio sem sentido, meio sem imaginação.

Cobras lagartos e minhocas - crédito Renato Mangolin (10)
(Renato Mangolin/Divulgação)

A trama da peça “Cobras, Lagartos e Minhocas”, com texto e interpretação de Álvaro Menezes e direção de César Augusto, passeia, justamente, pela metáfora do time de futebol do colégio, no qual os jogadores são divididos pela sua qualidade.

Álvaro faz um itinerário de si próprio, numa engenharia dramatúrgica que apresenta o impacto que uma peça lhe causou em um momento determinado. Como a peça “assistida” é autobiográfica — inicia-se na infância e vai até a vida adulta/presente —, incorpora uma diversidade de personagens: desde as namoradas com nomes de personagens de Nelson Rodrigues, família, amigos; em algum momento, é chamado de Nelson pela mãe.

Continua após a publicidade
Cobras lagartos e minhocas - crédito Renato Mangolin (6)
(Renato Mangolin/Divulgação)

A direção de César conduz Álvaro a um caminho seguro, a começar pela movimentação dentro do palco, no cenário desenhado como um campo de futebol estilizado. Atacante, goleiro, defesa, meio de campo — Álvaro assume seu lugar em campo de acordo com seu relacionamento com o personagem citado.

A interpretação de Álvaro corresponde às intenções do texto: o trajeto de um homem em busca da sua escolha, dos seus desejos, com episódios divertidos, cruéis, trágicos, doces, amargos, amorosos, confusos. A direção de César contribui decisivamente para que o tom, mesmo em momentos difíceis, seja leve — como se ouvíssemos a confissão de alguém próximo, que emociona, envolve, mas não é nada que nos obrigue a dizer “para de drama!”

Continua após a publicidade
Cobras lagartos e minhocas - crédito Renato Mangolin (12)
(Renato Mangolin/Divulgação)

Álvaro é bem-sucedido em falar cobras e lagartos de uns, sem exposição, sem rancor; em muitos momentos, de profunda tristeza. No entanto, a peça é o resultado de minhocas, caraminholas — com certeza desde sempre — na cabeça do personagem e na de Álvaro, que consegue superar os obstáculos, driblar a defesa e fazer um gol de placa.

SERVIÇO:

Continua após a publicidade

CCBB, no Centro

Até 21 de abril, segunda, quarta, quinta, sexta e sábado, às 19h; domingo, às 18h

Claudia Chaves
(Arquivo/Arquivo pessoal)
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do RJ

A partir de 35,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.