Quando o assunto é proteger mulheres, ninguém dorme no ponto
Manhã de Prêmio Empoderadas, no Copacabana Palace, que celebra mulheres que têm fortalecido a prevenção e o enfrentamento à violência
A modelo Mariana Goldfarb e a atriz Giovanna Lancellotti madrugaram nesta quarta (10/12), antes das oito da manhã, horário em que boa parte dos cariocas normalmente não decidem nada, para o Prêmio Empoderadas, no Copacabana Palace, que celebra mulheres que têm fortalecido a prevenção e o enfrentamento à violência em diferentes áreas. Ou seja, quando o assunto é proteger mulheres, ninguém dorme no ponto.
O programa foi criado por Érica Paes — especialista em segurança feminina, lutadora de jiu-jítsu e superintendente de Equidade de Gênero do Estado, ou seja, ela sabe exatamente do que está falando. “A prevenção começa pela educação, pela autoestima e pelo acesso à informação, reduz o risco de novas agressões. O prêmio reconhece quem dedica sua trajetória a ampliar essa frente de proteção essencial para salvar vidas”.
Entre as homenageadas, Narcisa Tamborindeguy, vizinha do Copacabana Palace — mas que, ironicamente, não conseguiu chegar ao evento. O caos das tempestades a segurou em São Paulo — “Ai, que loucura!”. Segundo a organização, Narcisa está ligada a dimensões menos visíveis da violência de gênero, como ausência parental e sobrecarga materna.
Lancellotti, por sua vez, foi reconhecida pela sequência de cenas intensas em “Dona de Mim”, novela das sete da Globo, em que sua personagem é vítima de abuso sexual. “A violência de gênero é uma realidade. Os números são assustadores e, por trás de cada estatística, tem uma vida, a vida de uma mulher. Saber que a arte pode ajudar nisso é valioso demais para alguém como eu, cujo ofício é ser atriz. Quando recebi aquelas cenas, entendi que eu tinha uma responsabilidade além do que acontece dentro do set”, disse ela.
Já Mariana Goldfarb, ex-mulher de Cauã Reymond, representou a força de quem fala abertamente sobre violência emocional e psicológica — tema que ela mesma já enfrentou, só não fala de quem. “A causa é muito maior do que o cara”, ela disse à coluna em abril. No evento, reforçou: “É muito bom poder transformar uma experiência pessoal em algo que sirva para o coletivo. Eu diria que o letramento e o estudo são formas muito potentes de nos ajudar a reconhecer os sinais e agir diante deles. Buscar ajuda psicológica também faz toda a diferença nesse processo”. Em abril, a coluna falou com a modelo e nutricionista.
Também foram premiados:
Evelyn Bastos, rainha de bateria e presidente da Mangueira, pela atuação à frente da Mangueira do Amanhã, a escola mirim que forma crianças e adolescentes no samba e na cidadania. Sua liderança tem aberto alas — literalmente — para mais meninas ocuparem espaços historicamente masculinos.
Diogo Almeida, ator e psicólogo, que colaborou com o Programa Empoderadas no atendimento a mulheres vítimas de violência psicológica.
Ana Paula Santos, jornalista da Rede Globo, por seu trabalho diário na divulgação de dados e orientações de proteção.
Monique Arruda, jornalista de entretenimento que amplia a visibilidade de mulheres que enfrentam violências.
Cristina Fibe, jornalista e escritora, autora de “João de Deus”, referência no enfrentamento e contextualização de diferentes formas de abuso.
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