Produtores comentam chegada rápida de “Homem com H” ao streaming
O longa está em cartaz nos cinemas de várias capitais, como no Grupo Estação, que faz campanha de um mínimo de 180 dias em cartaz nas salas

Apenas há seis dias na Netflix, “Homem com H”, cinebiografia de Ney Matogrosso, já está no topo da lista dos longas mais vistos da plataforma.
Muita gente estranhou a chegada rápida ao streaming, já que estava tão bem nos cinemas — foram 163 mil ingressos no primeiro fim de semana da estreia, em 17 de maio (quase R$ 345 mil em bilheteria), na 8ª posição entre os 10 mais vistos nos cinemas — e até agora, mais de 620 mil em 40 dias. Outras pessoas defendem a acessibilidade do online para 190 países, aumentando o poder da divulgação do cinema nacional.
O filme continua em cartaz nos cinemas de várias capitais, como nas salas do carioca Grupo Estação, que assim como outras salas e produtoras, querem filmes exclusivamente nos cinemas por, no mínimo, 180 dias antes de entrar em qualquer streaming.
Os sócios Marina Kosa e Bernando Lessa, da produtora de cinema Tanto Filmes, falaram ao Grupo Estação: “O mais provável é que a renda caia abruptamente a partir de agora. Todos sabemos que o cinema brasileiro disputa espaços com megaproduções estrangeiras e enfrenta desafios constantes para se manter em cartaz”.
E seguem: “A lógica predominante da maior parte do parque exibidor ainda é essencialmente comercial, o que faz com que os blockbusters estrangeiros tenham prioridade sobre as produções nacionais. Por isso, estabelecer uma janela de apenas 45 dias entre a estreia nos cinemas e a chegada às plataformas é diretamente prejudicial para o cinema nacional”.
A polêmica evidencia uma urgência na regulação das plataformas de streaming que favoreça todos os lados. Por exemplo, “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar, chegou ao Globoplay em abril, depois de cinco meses nos cinemas.