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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Prefeitura aprova aumento da arborização. E cuidar das sobreviventes?

"Nossa engenharia emburreceu, e tentamos resolver tudo com concreto", diz o urbanista Washington Fajardo

Por lu.lacerda
Atualizado em 21 Maio 2025, 18h42 - Publicado em 21 Maio 2025, 18h00
Árvore na esquina Rainha Elizabeth com Nossa Senhora de Copacabana, com a gola totalmente concretada
Árvore na esquina Rainha Elizabeth com Nossa Senhora de Copacabana, com a gola totalmente concretada  (./Reprodução)
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Árvore no início da Rua Barata Ribeiro, com a mureta praticamente fazendo parte do caule
Árvore no início da Rua Barata Ribeiro, com a mureta praticamente fazendo parte do caule (./Reprodução)

Eduardo Paes sancionou a lei que cria o programa Verde Oeste Raiz, nessa terça (20/05), para aumentar a arborização em bairros historicamente carentes de cobertura vegetal, principalmente na Zona Oeste, uma proposta do vereador Zico.

Bairros como Bangu, Realengo, Santíssimo, Senador Camará etc. Sofrem com altas temperaturas e as chamadas ilhas de calor — típico de áreas muito urbanizadas e com pouca vegetação, que transformam cidades em fritadeiras humanas.

Já na Zona Sul, repare só o que fizeram com a gola dessa árvore, na esquina da Rainha Elizabeth com a Nossa Senhora de Copacabana, tapando completamente as raízes da planta, sufocando o caule. Moradores já abriram um chamado no 1746, mas situações como essa são habituais na cidade. E essa, no início da Rua Barata Ribeiro, no Cervantes, já até se acostumou com a mureta e se adequou a ela. Que tal?

O urbanista Washington Fajardo falou sobre as árvores do Rio em entrevista à coluna, em outubro passado: “Esse é um lado em que infelizmente estamos perdendo cultura técnica no manejo da arborização urbana. No detalhe, tudo é difícil e complexo. Assim é plantar árvores: precisa ter viveiro, mudas, equipe, infra, transporte, saber fazer o plantio e acompanhar a evolução. Mudas muito jovens não resistem no espaço público devido à exposição a poluentes. Você precisa ter mudas mais maduras; isso implica irrigar mais e melhor. Precisa ter um inventário arbóreo e monitorar a evolução. Precisa de gente pra fazer isso. A arborização urbana era considerada infraestrutura essencial no início do século XX. Os engenheiros urbanistas da época, como Pereira Passos, sabiam disso, e os projetos eram feitos com árvores, golas de árvores, proteção etc. Já sabiam que a copa das árvores amenizava o clima e protegia a drenagem em dias de chuvas, pois reduzem a velocidade da vazão. Nossa engenharia emburreceu, e tentamos resolver tudo com concreto. Ter canais de drenagem é importante, mas ter árvores também é, e ambos se complementam; só que árvores demoram pra crescer. Por isso, em obra pública, todo mundo ama palmeira, que chega alta, pronta e não faz sombra. Não há solução melhor para resfriar, amenizar, suavizar as altas temperaturas do que a arborização no espaço público, e que deveriam ser a prioridade. Reflorestar, reflorestar, reflorestar deveria ser um mantra no Rio”.

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