Praia: as bolinhas que assustam os cariocas, mas ajudam o planeta
As bolinhas fazem mais pelo meio ambiente do que muito humano por aí

Quem foi às praias da Zona Sul nesse fim de semana deve ter reparado nas milhares de pequenas bolinhas transparentes na areia, parecendo partes de água-viva. Todo mundo já viu uma ou outra nas praias do país, mas poucos sabem do que se trata — e muita gente nem mergulha com medo do desconhecido.
Fique tranquilo: são as salpas (Salpidae), com aspecto gelatinoso e transparente. Parentes distantes das águas-vivas, mas, ao contrário delas, não têm tentáculos — portanto, não queimam. Elas também não nadam livremente; são levadas pela água, movidas por propulsão.
Juntas, essas “bolinhas” transparentes conseguem fazer muito mais do que irritar humanos e do que muitos deles fazem pelo meio ambiente — são filtradoras de água, alimentando-se de fitoplâncton e outras partículas orgânicas. Isso ajuda a manter o equilíbrio ecológico, removendo carbono da água e transferindo-o para o fundo do oceano.
O período de maior incidência costuma ser do fim do verão ao início do outono nesses locais, mas também está relacionada a correntes marítimas que trazem águas ricas em nutrientes para a superfície. Elas podem chegar à maturidade em 2 dias e morrem em semanas — terminando o ciclo nas areias ou no fundo do mar, removendo ainda mais carbono antes que entre na atmosfera.