Patrulha ambiental tenta salvar garça que engoliu um copo plástico
Veterinário Jeferson Pires, autor da imagem que tocou o coração de muita gente, diz que o resgate não foi possível pelo difícil acesso
A imagem de uma garça-moura (Ardea Cocoi), que engoliu um copo de plástico que ficou preso na garganta tocou o coração de muita gente. A cena foi descoberta pelo veterinário Jeferson Pires, na estrada do rio Morto, no Recreio, um lugar bem difícil para resgate. “Ainda parei o carro para tentar capturar mas ela voou para o alto de uma árvore. Provavelmente vai morrer de fome já que o copo não vai deixar ela deglutir o alimento. Fruto da irresponsabilidade das pessoas que fazem descarte errado e jogam seus lixos em locais irregulares, mesmo sendo uma grande cidade que possui sistema de coleta de lixo”, diz ele.
A Patrulha Ambiental foi até o local, nesta terça (03/12), conseguiram avistá-la, mas não foi possível a captura, pelo difícil acesso. “Infelizmente vamos ter que esperar ela ficar mal para se deixar capturar”, disse Jeferson à coluna.
O assunto tomou as redes, chegando a profissionais do meio ambiente, como o biólogo Mario Moscatelli, nosso colaborador na coluna, já cansado de denunciar esses absurdos: “Tomem vergonha na cara! Não é a primeira vez e tampouco será a última. Enquanto empresas faturam, humanos descartam nos rios seus resíduos e o poder público arrecada em impostos, a Natureza se ferra das mais diferentes formas. Recolhemos diariamente centenas de copos plásticos nos manguezais do entorno do Parque Olímpico e quanto mais se tira, mais aparece. Onde isso vai nos levar? Um dia a conta chega. Sugestão aos vereadores de plantão: taxar as empresas que utilizam embalagens descartáveis para viabilizar a remoção dos resíduos do meio ambiente. Quando dói no bolso, a turma vai se mexer rapidinho procurando alguma solução”, diz Mario.
Jeferson é veterinário de animais selvagens e está cansado de remover sacolas plásticas, linhas de pesca, embalagens diversas e até a cabeça de uma Pepa Pig (o personagem de desenho animado) do estômago de um jacaré. “Os que chegam ao meu atendimento não devem ser um centésimo dos que são realmente afetados, grande parte se isola e morre. Uma morte lenta e sofrida que afeta milhões de animais no mundo todo, todos os dias. Rezando para que essa tenha alguma ‘sorte’ e antes de morrer consiga ser resgatada para que eu possa remover mais um lixo de uma animal selvagem”.