Maria Eduarda de Carvalho: do sucesso em SP ao “revés” no Rio
"Ser artista, para mim, é, ao mesmo tempo, uma salvação e uma condenação. Existe uma fantasia de glamour, mas a vida real da maioria é duríssima"

Sem patrocínio, a carioca Maria Eduarda de Carvalho bancou do próprio bolso a vinda do espetáculo “Vermes Radiantes” ao Rio, no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, em cartaz até este domingo (28/09). A peça passou por São Paulo e lotou todas as sessões do Sesc Pompeia em junho e julho, mas por aqui a curta temporada tem decepcionado a atriz.
“Ficamos impressionados com o sucesso e decidimos bancar o risco de vir para o Rio, sem investimentos, mas com muita fé de que mobilizaríamos os cariocas pela força do espetáculo. No entanto, o que constatamos — um pouco tarde demais — é que numa curta temporada, sem investir em publicidade, é muito complicado. Em um intervalo de um mês, experimentamos o revés do sucesso paulistano, mas continuamos seguros sobre a relevância desse trabalho”, diz a atriz, que teve papel de sucesso em “Garotas do Momento”, da TV Globo.
A produção é a 1ª montagem brasileira do texto do dramaturgo inglês Philip Ridley, em que ela interpreta Jill, uma personagem cheia de contradições e situações inesperadas na busca dos sonhos, com direção de Alexandre Dal Farra, no palco com o ator Ricardo Diaz (Ollie).
“Ser artista, para mim, é, ao mesmo tempo, uma salvação e uma condenação. Existe uma fantasia de glamour, mas a vida real da maioria dos artistas é duríssima. Vivemos nos equilibrando em uma corda bamba de riscos permanentes. Seguimos para as três últimas apresentações certos de que, se os espectadores que passarem pelo teatro neste fim de semana forem surpreendidos pelo texto, de modo a refletir sobre as questões apresentadas ali, nossa temporada está paga. Essa é a salvação do artista. Essa experiência vale a vida”, desabafa.