Leticia Camargo: R$ 5 milhões de Celina — fortuna ou risco de falência?
Pode parecer absurdo à primeira vista, afinal, ela é milionária! No entanto, quanto dinheiro é suficiente para garantir uma vida tranquila?

Na novela “Vale Tudo”, a personagem Celina (Malu Galli) vive uma situação curiosa: mesmo com R$ 5 milhões na conta, sua irmã, Odete Roitman, a considera “falida”. Pode parecer absurdo à primeira vista, afinal, ela é milionária! No entanto, a situação levanta uma questão importante: quanto dinheiro é suficiente para garantir uma vida tranquila? É possível estar “quebrado” com tanto dinheiro na conta?
Claro que a Celina ainda não está quebrada, pois possui mais de 6 dígitos na conta; porém será que ela estará falida em breve? A resposta depende de muitos fatores, principalmente do padrão de vida e do tempo que esse patrimônio precisa durar. Os R$ 5 milhões podem render bons frutos se forem bem investidos e acompanhados de um padrão de gastos coerente com a rentabilidade real (aquela acima da inflação) desses recursos. Por exemplo: se os gastos mensais forem de aproximadamente R$ 17 mil, esse valor pode sustentar alguém perpetuamente, considerando uma rentabilidade real de 6% ao ano.
Agora, se a pessoa estiver acostumada a gastar R$ 50 mil por mês, esse mesmo patrimônio pode se esgotar em menos de 10 anos. Isso sem contar questões de saúde, em que os gastos podem aumentar muito, ou crises econômicas que comprometam a rentabilidade dos recursos.
Portanto, se a pessoa tem um padrão de vida muito elevado, gasta mais do que o dinheiro rende e não tem planejamento, os milhões vão embora mais rápido do que se imagina, ou seja, vai depender da forma como o dinheiro é usado.
O mais curioso é que, na prática, o dilema da Celina não é exclusivo dos milionários. Muita gente, com diferentes rendas e patrimônios, acaba se arriscando financeiramente, por manter um padrão de vida incompatível com o que pode sustentar no longo prazo.
No fundo, o caso da Celina é só um retrato (um pouco exagerado) de algo que acontece na vida real: muita gente acredita que só o valor na conta é sinônimo de segurança. Contudo, sem organização e consciência, até grandes fortunas se desfazem.
Dinheiro nenhum resiste a um consumo sem freio, mas, com planejamento, até valores menores podem garantir uma vida tranquila. Afinal, não se trata apenas de quanto dinheiro temos, mas de como o investimento, quanto o utilizamos mensalmente e por quanto tempo ele será necessário.
