Juliette Binoche no Festival do Rio: “Mais compaixão pelos diretores”
É a primeira vez que Binoche vem ao Rio para apresentar um trabalho como diretora






A atriz Juliette Binoche, um dos nomes mais destacados do cinema francês, teve pré-estreia dupla do doc “In-I in Motion”, sua estreia como diretora, no Festival do Rio, no Cine Odeon, na Cinelândia, e no Reserva Cultural, em Niterói, no mesmo domingo (05/10).
Ao ser perguntada, durante a pré no Reserva, o que mudaria em sua vida depois de estar por trás das câmeras, ela respondeu: “A partir de agora vou ter mais compaixão pelos diretores. Descobri muitas camadas das quais eu nunca estive realmente consciente como atriz, como a edição de som.”
É a primeira vez que Binoche vem ao Rio para apresentar um trabalho como diretora, em sintonia com o esforço do festival em dar mais visibilidade à produção dirigida por mulheres.
No tapete vermelho do Odeon, ela não economizou elogios a “O Agente Secreto”, longa de Kleber Mendonça Filho — premiado em Cannes com Melhor Ator para Wagner Moura e Melhor Direção para Mendonça Filho, em júri presidido justamente pela própria Binoche. “É um filme cheio de imaginação e, ainda assim, com aquela sensação meio anos 1970 que você podia sentir, mas reinventada. Quer dizer, eu amei cada pedacinho, e eu disse para Kleber: ‘Eu adoraria trabalhar com você porque você é um herói pra mim’. Eu amo a mulher mais velha, ela é a melhor”, disse, sobre Tânia Maria, intérprete da já popular Dona Sebastiana, favorita do público.
Com mais de 70 longas no currículo — muitos premiados internacionalmente —, Binoche já foi dirigida por alguns dos maiores do cinema europeu, americano e asiático. Entre eles, o clássico “A Insustentável Leveza do Ser” (1988), de Philip Kaufman; “A Liberdade é Azul” (1993), de Krzysztof Kieślowski, vencedor do César e do Leão de Ouro de Veneza; e “O Paciente Inglês” (1996), de Anthony Minghella, que lhe deu o Oscar, BAFTA e SAG Awards de Melhor Atriz Coadjuvante.