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Lu Lacerda

Por Lu Lacerda Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jornalista apaixonada pelo Rio

João Wainer (“Meu Ayrton”): “O olhar de mulheres fodas deixou tudo massa”

“Contar uma história que já foi tantas vezes contada e, ainda assim, conseguir atingir o público com um frescor, eu acho muito massa”, diz ele

Por Daniela
Atualizado em 7 dez 2025, 10h44 - Publicado em 7 dez 2025, 07h00
João Wainer
 (./Divulgação)
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Depois de praticamente inexistente na minissérie Senna (Netflix) — em que sua participação na vida do piloto foi reduzida quase a nada — Adriane Galisteu aparece com tudo, ocupando não apenas a tela, mas também a adesão e a simpatia de um país inteiro em “Meu Ayrton”, produção da HBO Max.

No documentário, ela volta com uma serenidade admirável, ao relacionamento de um ano e meio com Ayrton Senna, morto em maio de 1994, no acidente que parou o mundo durante o GP de San Marino. A apresentadora não deixou o passado pra trás e lida muito bem com ele.

Sob o comando sensível do diretor João Wainer, sua história ganha outros contornos — e, de certo modo, reparadores. É como se a série acabasse de maneira definitiva com aquela caricatura cruel que a perseguia nos anos 90 — como dizer? — de uma “biscate oportunista” na vida de Senna.

O depoimento de Luiza Almeida Braga, mulher de Antonio Carlos de Almeida Braga — casal que hospedava Adriane e Senna em Portugal, de quem era amicíssimo — é decisivo, com serenidade e firmeza. Somam-se ainda relatos de outras mulheres que conviveram com o casal.

“Contar uma história que já foi tantas vezes contada e, ainda assim, conseguir atingir o público do jeito que rolou nessa série, com um frescor, eu acho muito massa”, diz João, o entrevistado de hoje. “Isso vem muito do olhar das personagens femininas que contam a história, porque normalmente esses filmes de Fórmula 1 são contados pela perspectiva dos homens. E eu acho que esse olhar dessas mulheres tão fodonas trouxe isso pro filme.”

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Autor de filmes como Junho (2014) e Larissa: O Outro Lado de Anitta (2025), João começou aos 16 anos, estagiando no Jornal da Tarde, depois que uma amiga da mãe, a artista plástica Pinky Wainer (João é neto dos jornalistas Samuel Wainer e Danuza Leão) pediu que ele fizesse umas fotos para uma coluna. Foram 20 anos na Folha de S. Paulo (1996–2016) e, em 2009, decidiu olhar mais de perto para o cinema documental e… bem, não saiu mais.

UMA LOUCURA: A paternidade. Ser pai novamente, tantos anos depois das minhas duas filhas mais velhas, foi uma loucura daquelas que reorganizam a vida inteira. Não é exagero: me sinto uma pessoa melhor simplesmente pelo amor que sinto pelas minhas três filhas — um amor que cresce, transborda e, de alguma forma, ilumina até os dias mais caóticos.

UMA IDEIA FIXA: Encontrar e contar boas histórias — onde quer que elas estejam. Pode ser num set de filmagem, num texto despretensioso, numa fotografia feita ao acaso ou até numa mesa de boteco, com guardanapo servindo de caderno. Tenho uma obsessão por essa caça permanente, por modos diferentes de narrar o que me inquieta.

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UM PORRE: Os quatro anos do governo Bolsonaro foram um porre de escala nacional — daqueles capazes de deixar o país com uma ressaca moral pesada. E tão pesada que, só agora, vendo ele preso, parece que os sintomas começam a dar uma trégua.

UMA FRUSTRAÇÃO: Trabalhar quando eu queria mesmo era passar o dia inteiro com a Irene, minha filha de 3 anos. Brincando, desenhando, inventando mundos. Se dependesse só do coração, eu faria exclusivamente isso — e o resto que se ajeitasse.

UM APAGÃO: O meu Santos Futebol Clube atravessa apagões que me deixam em estado de alerta permanente. Desde a morte do Pelé, parece que entramos numa descida sem fim. Mesmo assim, mantenho a fé: em algum momento, a luz volta, e o Santos retorna ao lugar que é dele por direito.

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UM MEDO: A extrema-direita voltar ao poder. Gente endeusando armas, flertando abertamente com a morte, destilando ódio e fabricando mentiras em escala industrial. Parece roteiro de filme de terror, mas foi a vida real — nossa vida real. E não podemos permitir que se repita.

UM DEFEITO: A lista é longa, mas o que mais me sabota é a procrastinação. Quando entro naquele hiperfoco de trabalho, esqueço que o mundo existe; quando saio dele, descubro que o mundo estava literalmente caindo enquanto eu tinha ido parar em Nárnia.

UM DESPRAZER: Assistir ao Santos perder jogo fácil na Vila Belmiro. É um negócio que drena a alma — tira até a vontade de viver por algumas horas.

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UM INSUCESSO: No tempo em que era fotógrafo da Folha, cobrindo um mundial de esportes aquáticos na Austrália, houve um caso de doping na equipe brasileira. E eu, no corre, mandei a foto da atleta errada. Todos os jornais compraram a imagem. No dia seguinte, lá estava eu estampando um “Erramos” gigantesco em praticamente toda a imprensa do país. Nunca vi um tão monumental.

UM IMPULSO: Chocolate de madrugada. Uma força irracional me domina: acordo, abro o armário, enfrento o pote de Nutella como se fosse um chamado divino — e volto a dormir como se nada tivesse acontecido.

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