Israel Klabin: biografia celebra o homem sem fronteiras
O livro foi organizado pelos pesquisadores do CPDOC/FGV Adelina Novaes e Cruz e Américo Freire, com parte do acervo pessoal de Klabin


































O lançamento do livro “Israel Klabin – Sem Fronteiras”, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, foi uma noite de história, afeto e revelações, nessa segunda (29/09). Organizado pelos pesquisadores do CPDOC/FGV Adelina Novaes e Cruz e Américo Freire, reúne parte do acervo pessoal de Klabin e entrevistas inéditas para retratar um homem de múltiplos talentos, que completou 99 anos em setembro. “Israel soube construir pontes em todos os setores em que atuou”, escreveu o ex-ministro Celso Lafer no prefácio sobre o engenheiro civil e matemático que assumiu a presidência da empresa familiar (Klabin Irmãos & Cia) aos 30 anos, após a morte do pai.
Lea Klabin, mulher de Israel, foi anfitriã da noite e esteve envolvida no projeto desde o primeiro contato com os pesquisadores.
Entre 1979 e 1980, Klabin foi prefeito do Rio (indicado pelo governador Chagas Freitas), período em que tentou reavaliar a fusão entre Guanabara e o antigo estado do Rio — iniciativa que gerou embates com o governo federal e acabou sendo um dos motivos de sua saída. Também presidiu o Banerj, de 1980 a 1983. São apenas capítulos de uma trajetória que manteve seu nome na vitrine entre os grandes empresários brasileiros. Como disse um convidado: “Israel nunca fez nada pela metade”. O engenheiro e ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, David Zylbersztajn, completou: “Israel é um dos símbolos humanos que atravessam gerações. Além de seu amor pelo planeta e, dentro dele, pelo Rio de Janeiro.”
O público refletiu bem esse ecletismo: o cineasta Walter Salles (genro de Israel, casado com Maria Klabin), o músico Victor Biglione, os médicos Paulo Niemeyer Filho e Luciano Belém, os empresários Flávio Teruzkin e Selmo Nissenbaum, o publicitário Armando Strozenberg — todos ali para o beija-mão. Afilhada de casamento, Maria Silva Bastos Marques lembrou o amor incondicional de Klabin pelo Rio; o jornalista Roberto D’Ávila celebrou o reencontro com o empresário, que lhe dera uma entrevista marcante há 15 anos; o piloto Ruy Marra emocionou ao recordar voos duplos de asa-delta com Klabin — inclusive um aos 78 anos e outro já aos 91. Autor de um dos capítulos, o historiador Israel Beloch (criador do Dicionário dos Refugiados do Nazifascismo no Brasil) lembrou que o primeiro emprego de seu avô no país, fugido dos horrores da Segunda Guerra, foi justamente na Klabin.