“Invertida”, por Beatriz Milhazes: “Não sou uma pessoa de impulsos”
A exposição junta 21 anos de intervenções arquitetônicas em quatro continentes
 
							Quem passou pelo Rebouças no dia da inauguração de “Pinturas Nômades” sabe: não era engarrafamento, era arte. A nova exposição de Beatriz Milhazes, em cartaz até 15 de março na Casa Roberto Marinho, parou o túnel e a rua para celebrar uma artista que há tempos ultrapassou os limites da cidade carioca. Há 12 anos sem fazer uma individual no Rio, Milhazes é hoje a artista brasileira mais valorizada no mercado internacional e a única do país com mostra solo no Guggenheim, em Nova York.
A exposição junta 21 anos de intervenções arquitetônicas em quatro continentes — Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia — misturando memória, deslocamento e geometria tropical num mesmo compasso, sob a curadoria de Lauro Cavalcanti (formado em Arquitetura e diretor da CRM). Bia passou horas recebendo cada convidado numa noite de simpatias retribuídas, digamos assim, na doçura do momento.
E as opiniões parecem sempre a seu favor, seja nas intervenções de grande escala que fez entre 2004 e 2023 em prédios como a Fundação Cartier, em Paris, a Ópera de Viena, na Áustria, e o Museu de Arte Contemporânea de Tóquio, no Japão, trabalhos em maquetes, ampliações e esboços que revelam o lado mais construtora da artista, conhecida por suas colagens e gravuras exuberantes, ou na situação que for.
Leia sua entrevista:
UMA LOUCURA: A exuberante beleza do desfile de Carnaval do Rio. Eu diria que mais que loucura, é o verdadeiro milagre brasileiro, não tem nada igual!
UMA ROUBADA: Ficar presa no trânsito naqueles dias que a única coisa que você quer é chegar em casa.
UMA IDEIA FIXA: Entender que o presente é que faz o passado e o futuro. Manter a melhor qualidade de vida possível para mim e para minha família, amigos e colaboradores. Apoio também, projetos que unam cultura e educação principalmente.
UM PORRE: Nunca tomei um porre. Jovem, me forcei a beber socialmente, mas não apreciei. Minha cabeça estava em outro lugar e sempre achei pessoas bêbadas muito chatas. Hoje, posso apreciar uma caipirinha tradicional, muito raramente, mas confesso que tenho zero interesse nos efeitos da bebida alcoólica. Acredito que os eventos sociais seriam melhores sem álcool.
UMA FRUSTRAÇÃO: Não ter dado títulos para todas as minhas pinturas desde o início. No processo da catalogação das obras, entendi que algumas ficaram assinadas sem título – parecem sem identificação – uma pena.
UM APAGÃO: Quando esqueço o aniversário de amigos e familiares queridos. Gosto muito destas celebrações e de parabenizar nessas datas.
UMA SÍNDROME: De “Vira-lata”, que finalmente o Brasil começa a se livrar dela. Minha carreira internacional iniciou-se nos anos 90, minha sorte foi ter sido educada em casa, com orgulho de ser brasileira. Este fato me ajudou a desenvolver a minha linguagem como artista e a me posicionar com força no mundo internacional das artes.
UM MEDO: De atropelamento. Sempre tive este medo e, atualmente, temos o fenômeno internacional das bicicletas comuns, elétricas, patinetes, que simplesmente andam em velocidade nas calçadas e nas ruas em qualquer direção.
UM DEFEITO: Apesar de acreditar em uma força maior e ter muita fé, sempre tento encontrar uma lógica nos acontecimentos.. costumo dizer que meu “default” é a lógica.
UM DESPRAZER: Não encontrar o tempo devido para o ócio. Ele é de tamanha importância para mim e, o tempo para me dedicar a ele, é fundamental quando administro a minha agenda.
UM INSUCESSO: Ter que lidar com a morte dos protagonistas da minha vida. Com o falecimento de meu pai há 3 anos, realmente entendi que é um recomeço lidar com esta ausência, a vida deve e tem que continuar mas nunca mais será a mesma.
UM IMPULSO: Não sou pessoa de impulsos. Gosto de refletir antes de agir. Na verdade, um de meus maiores prazeres é refletir livremente sobre assuntos variados.
UMA PARANOIA: Ficar presa em elevador. Tenho uma certa claustrofobia que se manifesta eventualmente, em geral prefiro as escadas.
 
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