Há menos de um mês, Macalé fez todo mundo rir em evento
Jards Macalé era a antítese do formalismo e um talento nato para a piada na hora mais inesperada
Macalé morreu nesta segunda-feira (17/11), num hospital na Barra, onde estava internado com enfisema pulmonar. Segundo a família, ele sofreu uma parada cardíaca depois de uma cirurgia. No Instagram, divulgaram que, surpreendentemente, ele chegou a acordar da operação “cantando ‘Meu Nome é Gal’, com toda a energia e o bom humor que sempre marcaram sua vida”.
Jards e Vinicius foram grandes amigos e parceiros musicais desde os anos 60 — ele admirava profundamente Vinicius e coescreveu com ele, por exemplo, “O Mais que Perfeito” (gravada por Clara Nunes).
No evento, ele relembrou uma história do fim da década de 1960, quando estava produzindo seu primeiro disco e precisava de patrocínio. Conseguiu com a Shell, mas tinha um requisito: precisava que um nome de peso da MPB assinasse o contrato como avalista para dar credibilidade e foi Vinicius. Na sala de reunião, com a mesa cheia de engravatados, o diretor de marketing entregou a caneta para Vinicius assinar o documento, fazendo um pequeno discurso: “Poeta, é uma honra ter o senhor aqui conosco. O senhor é um dos nomes mais importantes da cultura brasileira. O senhor é, por favor, a nossa referência!”…
Passada a caneta para Macalé, que odiava formalidades e já estava impaciente com o excesso de terno e gravata, interrompeu e disse: “… eu sou o cu da Shell!” Apesar da gafe, o contrato foi assinado e o disco, lançado. A história virou o símbolo da personalidade de Macalé: a antítese do formalismo e um talento nato para a piada na hora mais inesperada.
Em 2025, Macalé manteve uma agenda ativa: fez shows por todo o país e sua última apresentação no Rio foi em 28 de setembro, no festival Doce Maravilha, onde revisitou “O Álbum de 1972”, o citado acima, com músicas como “Mal Secreto” e “Vapor Barato” (imortalizada na voz de Gal Costa), além de clássicos como “Revendo Amigos” e “Farinha do Desprezo”.
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