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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Foi ao chão o prédio onde Raul Seixas compôs “Ouro de Tolo”, em Ipanema

Edifício não era tombado e foi comprado pela construtora Gafisa, que vai erguer no terreno um residencial de apenas oito unidades

Por lu.lacerda
Atualizado em 30 set 2025, 18h33 - Publicado em 30 set 2025, 14h00
adas
Edifício Caiçaras vai ao chão  (Daniel Delmiro/Divulgação)
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Prédio de três andares em estilo art déco foi construído em 1949
Prédio de três andares em estilo art déco foi construído em 1949 (@passeio_carioca_/Divulgação)
Foto de Raul Seixas saindo em sua bicileta na década de 1970, quando morou no prédio
Foto de Raul Seixas saindo em sua bicileta na década de 1970, quando morou no prédio (Arquivo O Globo/Divulgação)

Foi ao chão, nesta terça (30/09), o Edifício Caiçaras, na Epitácio Pessoa, 54, em Ipanema — onde Raul Seixas morou e escreveu “Ouro de Tolo”, em 1973.

Construído em 1949, em estilo art déco, o prédio tinha três andares, não era tombado e foi comprado pela construtora Gafisa, que vai erguer no terreno um residencial de apenas oito unidades — algumas em duplex — também com três pavimentos, portanto mais baixo que o antigo. Nada de estúdios compactos de até 40 m², praticamente uma febre recente em Ipanema.

Em frente ao Jardim de Alah, atualmente em processo de revitalização, o terreno é hoje um dos endereços mais valorizados da cidade. O pedido de demolição tramitava na Prefeitura desde 2023, dentro do programa Reviver Centro, que estimula construtoras a modernizar imóveis e ampliar gabaritos em áreas nobres.

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Na letra citada, Raul ainda não havia decolado com sua banda Os Panteras: “Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema. Depois de ter passado fome por dois anos aqui na cidade maravilhosa”.

Em 2022, o acervo de O Globo divulgou fotografias inéditas de Raul no Rio. Numa delas, o cantor aparecia saindo do Caiçaras de bicicleta, a caminho da gravadora no Jardim Botânico — um protesto pessoal contra a poluição causada pelo excesso de carros na cidade de 1973. Visionário, como sempre.

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