Da ditadura ao TikTok: Claudia Calirman lança livro sobre arte feminina
A autora faz um convite: olhar para 60 anos de arte brasileira pelas lentes da resistência feminina
Desde 1989 morando em NY, onde é professora de História da Arte no John Jay College of Criminal Justice (CUNY), Claudia Calirman voltou ao Brasil para lançar “Práticas Dissidentes – Artistas contemporâneas brasileiras (1960-2020)” (Edições Pinakotheke), nessa terça (02/09), na livraria Janela, no Jardim Botânico, em conversa com a artista Katia Maciel e de Camila Perlingeiro, diretora editorial da Pinakotheke. O lançamento original foi em 2023 com matéria no New York Times.
Claudia está numa espécie de turnê: dia 11 de setembro, durante a ArtRio, o livro será lançado na Marina da Glória, depois segue para SP, dias 15 e 16 de setembro.
Com 292 páginas, o livro percorre seis décadas da produção de mais de 18 artistas visuais brasileiras — de Lygia Pape a Lyz Parayzo, de Anna Maria Maiolino a Sallisa Rosa — atravessando ditadura, redemocratização, ascensão da direita e o florescimento de uma nova geração que coloca gênero, diversidade e direitos LGBTQ+ no centro das lutas.
“Essas artistas afirmam suas diferenças e produzem diversidade em uma sociedade onde as mulheres ainda enfrentam brutalidade e discriminação”, escreve Calirman. O livro mostra como seus trabalhos estão entrelaçados a batalhas contra a censura, o racismo sistêmico, a violência de Estado e a exclusão social — mas também como trazem frescor, ironia, novas linguagens e tecnologias para a arte.
Claudia começou a pensar neste projeto há mais de 10 anos, pois “falar de mulheres artistas brasileiras ainda era quase tabu”, pois hoje ele reúne um verdadeiro mosaico de vozes, resultado de conversas com artistas, curadores, galeristas e críticos — de Aline Motta a Paulo Nazareth, passando por Diane Lima e Marcelo Campos.
No rol de artistas estão nomes como Sonia Andrade, Anna Bella Geiger, Lenora de Barros, Rosângela Rennó, Berna Reale, Regina Vater, Wanda Pimentel e Márcia X, entre outras. Um retrato amplo, que vai das pioneiras às mais jovens e irreverentes, como Aleta Valente, Val Souza e Fabiana Faleiros. Algumas estiveram na livraria, todas reconhecendo o trabalho de Calirman.
No livro, a autora faz um convite: olhar para 60 anos de arte brasileira pelas lentes da resistência feminina — e perceber que, muitas vezes, os gestos mais radicais são também os mais poéticos.
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