Correntes que desenham o ar: Amalia Giacomini estreia exposição no Leblon
A mostra apresenta oito obras inéditas, com esculturas e instalações feitas com correntes delicadas de metal


























O vaivém foi grande na abertura de “Linha, peso mínimo”, de Amalia Giacomini, nessa quinta (02/10), na Maneco Müller Múltiplo Galeria, no Leblon.
A mostra apresenta oito obras inéditas — esculturas e instalações feitas com correntes delicadas de metal — resultado de uma pesquisa iniciada em 2024 sobre o diálogo entre geometria abstrata e física. As correntes milimetricamente perfiladas pendem do teto, das paredes, de suportes, criando desenhos no espaço: às vezes bidimensionais, outras tridimensionais, num jogo de peso, leveza e surpresa.
Todos curiosos, entre artistas, curadores, cineastas e professores da PUC-Rio, onde Amália dá aula de História da Arte – e círculo de amizade em comum com o marido, o também artista plástico Eduardo Coimbra.
“Os trabalhos têm um pouco de desenho, mas têm um pouco de física também. Nessa série uso a figura da catenária, que é a curva assumida por uma corrente suspensa fixada apenas por suas extremidades. Cada curva é uma equação de forças”, explicou a artista.
Amalia é formada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP, pós-graduada em História da Arte e Arquitetura pela PUC-Rio e mestre em Linguagens Visuais pela EBA-UFRJ. “Meus trabalhos têm muito a ver com o espaço vazio. É um tipo de desenho no espaço, um recorte, é sobre certa volumetria que se estabelece no vazio. Isso atravessa muitos dos meus trabalhos. E é muito interessante a presença do espectador diante da obra.”
Um convidado, fascinado pela precisão das correntes, perguntou como Amalia fazia para que elas não embolassem — afinal, ele mesmo não conseguia manter nem um simples cordão alinhado no pescoço. Devolveu: “Física!”, com um sorriso.
A exposição vai até 29 de novembro.