CCC em evento duplo: abertura de coletiva e individual
Individual “Origens” e coletiva “O tempo das coisas vivas”



















Michael Naify e Simone Cosac Naify são o que um do outro? Quis saber um dos convidados no Centro Cultural Correios, que inaugurou a coletiva “O tempo das coisas vivas”, nessa quarta (23/07) e a individual “Origens”. São casados e de casamento longo. O sobrenome leva qualquer a lembrar, de cara, da famosa editora Cosac & Naify, onde Michael era sócio de Charles Cosac, de quem é cunhado. A editora, primorosa, foi destaque no mercado editorial brasileiro na década de 1990 e 2000.
Mas Michael e Simone andam completamente dedicados às artes plásticas.
Na primeira exposição, “O tempo das coisas vivas”, diálogos entre os trabalhos dos artistas Ana Miguel, André Vargas, Beatriz Lindenberg, Bruno Romi, Cibelle Arcanjo, Cildo Meireles, Hilal Sami Hilal, Marina Schroeder, PV Dias, Rodrigo Braga, Simone Cosac Naify, Simone Dutra e Yhuri Cruz, com curadoria de Shannon Botelho, partindo da teoria do filósofo e sociólogo francês Michel Maffesoli, que propõe uma crítica à racionalidade moderna e defende a necessidade de uma nova forma de pensar e viver o mundo, baseada em uma ecologia integral, que ele chama de ecosofia.
Durante o evento, a artista Beatriz Lindenberg fez o seu “desenho-performance”; nele, usa um bastão a óleo sobre papel, usando os braços como limites junto à respiração.
Quanto a Michael, fotógrafo, faz sua 1ª individual no Brasil, também com curadoria de Shannon Botelho, a partir de pesquisas em Brumadinho, depois da tragédia da barragem da mineradora Vale. “O que vi ali foi profundamente chocante. A cada retorno ao Brasil, fui me aprofundando mais — visitando minas, conhecendo pessoas, observando não apenas a paisagem marcada pela extração, mas também aqueles que vivem ali. Percebi uma espécie de resignação coletiva diante de uma realidade que parece inescapável”, diz Michael.