CCBB: José Pedro Croft transforma arquitetura em ilusão
Jogo de espelhos com o prédio histórico refletido como um grande quebra-cabeça é atração da rotunda do prédio histórico
Foi inaugurada, nessa terça (23/09), a mostra “José Pedro Croft: reflexos, enclaves, desvios”, com 170 trabalhos do artista português, sob curadoria de Luiz Camillo Osorio, em todo o 1º andar.
Disse um convidado que entrar na mostra é como passear por um sonho refratado: você vê o CCBB de cabeça pra baixo, peças que parecem dançar, gravuras, cor e forma, principalmente em uma instalação na rotunda criada para a ocasião — um jogo de espelhos com o prédio histórico refletido como um grande quebra-cabeça, dando a impressão de que a claraboia está no fundo de um grande poço com 40 metros de profundidade. Tendo vertigem, evite (Hahahaha).
“Croft é um dos principais artistas portugueses da geração que se formou logo depois da Revolução dos Cravos (1974). Ou seja, teve sua trajetória artística toda vinculada aos ideais de liberdade, cosmopolitismo e experimentação. Trata-se de uma poética visual, sempre levando em conta sua expansão junto à arquitetura e ao corpo (inerente aos gestos do artista e à percepção do espectador)”, explica o curador.
Destaque também para as gravuras, suporte com o qual ele trabalha desde a década de 1990, ocupando a maior parte da exposição, muitas em grandes escalas. “Faço os desenhos à mão, trazendo esse mundo de imagens de pixels para a nossa realidade, que é física ainda. É uma maneira de resistir à velocidade de estarmos sempre ligados a um excesso de estímulos. Há coisas que fiz em gravura que vão me dar soluções para o meu trabalho em escultura”, diz o artista.
“Mesmo quando crio trabalhos monumentais, interessa-me que tenham sempre uma escala humana e não se imponham pela grandiosidade. Acho que isso tem a ver com a noção de democracia”, completa, sobre o esse choque de delicadeza + monumentalidade, parte do charme da mostra.
Croft fez uma visita guiada e no final, mais uma surpresa: próximo à saída da exposição, duas colunas de espelhos e vidro, que funcionam como um portal, que deverá ser atravessado pelo público à saída.
Gávea, entre o verde e o concreto: microapartamentos chegando
VEJA RIO COMER & BEBER 2025: confira a lista de premiados
Afinidade entre Solano e Fagundes: zero tolerância com falta de educação
O Maracanã poderá ser vendido? Entenda
Como foi a perseguição policial que terminou com morte na Serra das Araras