Leblon com rodinha: as calçadas e as bikes
A calçada do Colégio Santo Agostinho, por exemplo, anda disputada por um exército de bicicletas elétricas e manuais

A calçada do Colégio Santo Agostinho, no Leblon, anda disputada por um exército de bicicletas elétricas e manuais (bem poucas). A ciclovia bem aprumada convida ao pedal nas calçadas largas, o que permite o “estacionamento” ocasional e muita gente tem trocado o carro pela bike por comodidade. “Na Zona Sul, andar a pé ou de bicicleta é mais fácil e mais cômodo do que usar carro e foi a única região da cidade que teve investimento, de acordo com o Ciclo Rio e a consulta que fizemos na Prefeitura. O problema não é o Leblon ter estrutura, é o resto dos bairros não ter”, diz Vivi Zampieri, fundadora do Bike na Pista e gestora de mobilidade da Comissão de Segurança do Ciclismo no Rio. Pela Aliança Bike, o número de elétricas no Brasil saltou de 7,6 mil em 2016 para 284 mil em 2024 — e deve crescer mais de 40% até dezembro. Para Vivi, enquanto em bairros mais ricos a bike é opção, em outras regiões ela é necessidade.
O Santo Agostinho mantém dois seguranças nas calçadas da Rua José Linhares, uma das entradas, e na Rua Cupertino Durão, um deles fica por conta das bikes, afinal, com a demanda há a procura (ou seja, furtos aumentando).
“Basicamente, em regiões de poder aquisitivo maior, as pessoas têm a bicicleta porque pode, porque quer. Em regiões onde as pessoas utilizam a bicicleta com mais frequência para mobilidade, acabam colocando as bicicletas em locais como grades e postes, para poder se locomover até um outro meio de transporte, elas têm a bicicleta porque precisam. Essa é a grande diferença”, completa Vivi.