Biólogo chama atenção para crime ambiental recorrente há 20 anos
Uma das consequências do despejo de resíduos é a mortandade de peixes em trecho da lagoa da Tijuca
O biólogo Mario Moscatelli denuncia, nesta segunda (11/11), que, há seis semanas seguidas, acontece um despejo de resíduos no mesmo trecho da lagoa da Tijuca e que, depois de inúmeras denúncias aos órgãos ambientais, nada foi feito.
“É um trecho com pouca circulação de água e tem um odor terrível, algum resíduo que alguém joga há pelo menos 20 anos. Se é da mesma fonte, não sei dizer, mas é uma região que não tem favela, ou seja, ninguém pode pôr a culpa na falta de saneamento, já que são só ocupações urbanas oficiais, centros comerciais, condomínios”, explica Mario.
Em um mês, foram cinco lançamentos, e algumas autoridades disseram ao biólogo que é muito difícil saber o foco do despejo, que já teve consequências, como muitos peixes mortos próximo a uma das galerias de águas pluviais (na imagem). “Pra mim, difícil é mandar o homem a Marte e à Lua. Identificar uma fonte de lançamento de resíduo da forma que nós temos alertado não é difícil – talvez existam outras prioridades. Essa história me lembra a lagoa Rodrigo de Freitas, que eu denunciava, mostrava, falava, mas ninguém tomava atitude nenhuma porque quem degradava estava acima do bem e do mal”.