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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

“Ansiedade ambiental”: a nova síndrome carioca depois das ventanias

"Existe uma relação de amor e ódio com as árvores da cidade, mas, infelizmente, o ódio está ganhando", diz biólogo

Por Daniela
10 dez 2025, 10h30 • Atualizado em 10 dez 2025, 11h34
arvores
Parte da árvore já caída na Almirante Guilhem, na altura da Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon (Daniel Delmiro/Divulgação)
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  • Bombeirros estão no local para retirada e desvio do trânsito
    Bombeirros estão no local para retirada e desvio do trânsito (Daniel Delmiro/Divulgação)

    Por enquanto, nenhum movimento de praianos na orla carioca nesta quarta (10/12), depois da ventania forte — rajadas de até 74,8 km/h na  estação do Vidigal, às 8h30 — que derrubou árvores, como no Leblon. Os bombeiros estão no local.

    Outra árvore caiu na Rua Jardim Botânico, altura da Lopes Quintas, e parte do tapume que cerca o Jardim de Alah desabou sobre a calçada na Ataulfo de Paiva. Segundo o Alerta Rio, pode chover.

    Mas, além do clima, da força da natureza, as matérias sobre quedas de árvores estão mais comuns e já causando uma espécie de “ansiedade ambiental”, o combo do medo da tragédia com o receio de perder o pouco de natureza viva que temos. Sem contar a famosa “ansiedade climática”, aquele pânico de sair de casa sem saber se você volta depois do próximo temporal.

    Os ventos de hoje nem estavam tão violentos assim. A pergunta é: se as árvores fossem bem cuidadas, estariam de pé?

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    As árvores do Rio andam fracas, maltratadas, mal podadas, vivendo de improviso e, claro, ficam mais vulneráveis. Talvez, se tivessem tratamento adequado, muitas delas viveriam anos e anos.

    A coluna conversou com o biólogo Mário Moscatelli, mestre em Ecologia e coordenador do projeto Manguezal da Lagoa: “Temos duas situações. Uma delas é a força da natureza, mas já vi árvores saudáveis sendo arrancadas — só que estamos falando de um vendaval de 110 km/h. A outra situação é como anda a saúde das árvores no Rio. Você tem de tudo: desde o plantio, que confina o sistema radicular num espaço mínimo, a ataques de cupins. Tem de haver um controle fitossanitário de pragas nas espécies. Cada caso deve ser analisado individualmente, mas, no Rio, temos todos eles juntos”.

    E a culpa não é só de quem administra a cidade — existe também o tradicional descaso da população: “Os cariocas já pagam um IPTU caro, mas não adianta se as pessoas não têm um olhar mais inteligente para as árvores. Todo mundo reclama que os galhos tapam a luz, a vista, mas ninguém pensa sobre a importância da árvore para o microclima, que está ficando cada vez mais esquisito. A Prefeitura pode melhorar o controle, mas o carioca tem que entender que a vida dele depende do verde para manter a estabilidade dos morros, o clima mais ameno… Existe uma relação de amor e ódio com as árvores da cidade, mas, infelizmente, o ódio está ganhando. Há 100 anos, o Rio nunca esteve tão quente. Se é natural ou de origem humana, temos que atuar mais permanentemente — talvez uma campanha de adoção”.

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