Qual o custo da violência no Rio em um dia? Veja análise
A estimativa de impacto econômico foi calculada com base em dados do IBGE sobre rendimentos do trabalho e número de empregos formais
Foi feita análise pelo gabinete do vereador Flávio Valle, presidente da Comissão de Turismo da Câmara, a violência do último dia 28 de outubro gerou um impacto econômico imediato estimado em R$ 121,4 milhões. “Não quero julgar a operação, mas destacar os efeitos econômicos e sociais da violência urbana. A ação é citada como exemplo de um modelo que, depois de anos de aplicação, não conseguiu conter a escalada da criminalidade no Estado do Rio”, afirma Valle.
Essa estimativa de impacto econômico foi calculada com base em dados do IBGE sobre rendimentos do trabalho e número de empregos formais. Ainda assim, o valor não contempla totalmente os efeitos sobre a informalidade, cadeias produtivas, mobilidade urbana, serviços e confiança dos agentes econômicos.
Em pesquisa recente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o crime gera R$ 372,9 bilhões por ano em perdas no Brasil — sendo R$ 32 bilhões apenas no Estado do Rio. Já a Confederação Nacional do Comércio (CNC) calcula que a violência custa entre R$ 10,76 bilhões e R$ 11,48 bilhões anuais à economia fluminense. Os dois levantamentos chegam a números diferentes porque adotam metodologias distintas: o estudo da CNC parte de dados municipais, enquanto o do BID faz uma análise comparativa entre países do Cone Sul.
Os prejuízos aparecem de várias formas: empresas fechando ou adiando investimentos, queda no turismo e no comércio, paralisação de transportes e serviços e aumento dos gastos com segurança — tanto públicos quanto privados, com seguros, vigilância e sistemas de proteção.
“No caso do Rio, isso representa bilhões que poderiam ser investidos em educação, saúde, infraestrutura e em uma política de segurança mais eficaz e menos dispendiosa”, ressalta o vereador.
“O turismo é um dos primeiros setores a sentir os efeitos da instabilidade. Cancelamentos de reservas, alterações de roteiros e adiamentos de eventos reduzem a atratividade da cidade — justamente em um momento de expansão do calendário turístico e aumento do fluxo de visitantes. A insegurança afeta a percepção externa: um exemplo foi a decisão de companhias aéreas de permitir remarcações de voos para o Rio sem cobrança de multa, reação direta à operação que deixou 121 mortos na Zona Norte. A violência custa caro — e não pode ser normalizada”, conclui Valle.
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