Abertura das mostras de Wilson Piran e Vicente do Rego Monteiro(1899-1970)
Inauguração dupla na Danielian, na Gávea



























Todo mundo que visitou a exposição “Estrelas”, de Wilson Piran, com abertura nessa quinta (07/08), na Danielian, na Gávea, queria sair com um quadro. Pioneiro na arte brasileira que mistura cor, memória e atitude política, são 36 obras, um mapa do Brasil em purpurina medindo 200x200cm e retratos de nomes da cultura nacional.
Sob a curadoria de Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto, a mostra reafirma o lugar de Piran como um dos primeiros artistas de visualidades e temas LGBT+ na arte brasileira contemporânea. Com mais de 40 anos de carreira, ele ressignifica a cultura de massa em um “pop tropicalismo” à la Glauco Rodrigues e Joãosinho Trinta, onde a purpurina é muito mais que enfeite: é símbolo de alegria, diversidade e resistência.
Piran teve inspiração da pop art e em nomes como a carnavalesca Rosa Magalhães, pelo artista plástico Robert Indiana (mais conhecido pela imagem simbólica LOVE, criada pela primeira vez em 1964 na forma de cartão) e a drag Izabelita do Patins, que estava a toda batendo seu indefectível leque para os convidados.
No mesmo dia, abertura da mostra “Vicentes – Monteiro: Entre Recife e Paris (1899–1970)”, em homenagem a Vicente do Rego Monteiro, que transitou entre Pernambuco e a Europa com seu jeitão único, com curadoria do artista Paulo Bruscky, que é fera em arte e arquivos, trazendo um olhar fresco sobre essa figura que foi modernista, poeta, pintor, editor e escultor – tudo junto e misturado!
Com mais de 100 peças entre pinturas, cartas, livros, discos e caligramas (aquele textinho que vira desenho), a mostra revela um Vicente que brinca entre o antigo e o moderno, misturando cultura ameríndia, cubismo e até inspiração japonesa. Destaque para obras incríveis como “Bicho” e “Moderna Degolação de São João Batista”.
Vicente não é aquele modernista clássico do eixo Rio-São Paulo, ele criou seu próprio caminho, unindo influências locais e internacionais num estilo único. Como diz o Bruscky, ele foi “o mais arcaico e, por isso, o mais moderno dos modernistas”.
Se você curte arte que mistura história, poesia e uma boa dose de brasilidade com tempero europeu, essa é pra você!