A posse de Miriam Leitão na ABL. Veja fotos!
"Tinha mais gente da Globo do que na festa dos 60 anos da... Globo!", repetia uma apresentadora da emissora
































“O amor aos livros me trouxe até aqui” foi o fim do discurso de posse da jornalista Miriam Leitão na Academia Brasileira de Letras (ABL), na cadeira do cineasta Cacá Diegues (1940-2025), nessa sexta (08/08), em salão nobre lotado — até alguns que sofrem de “ansiedade climática” estavam lá, enfrentando tempestade, chuva e relâmpago — rsrsrsrs!
A recepção foi de Antônio Carlos Secchin, o colar entregue por Ana Maria Machado, o diploma por Ruy Castro e o brilho foi delas, outras mulheres já imortais que chegaram pouco antes — Miriam entrou no salão com Fernanda Montenegro, Rosiska Darcy e Lilia Schwarcz. “O nome da nova ordem é inclusão. Todos precisam caber. Sou feminista, senhoras e senhores. Descobri meu campo de pertencimento aos 16 anos, quando li o ‘Segundo Sexo’, de Simone de Beauvoir, e, a partir dali, não aceitei mais estar atrás de ninguém. Foi muito tempo que tiraram de nós”, disse ela.
A ABL demorou muito para convidar mulheres para sua “mesa” — mais de 80 anos desde a fundação, quando, em 1977, tudo mudou com a eleição de Rachel de Queiroz, o primeiro “assento feminino”. Desde então, a entrada delas tem sido — como dizer? — mais frequente”, mas a conta é de 11 eleitas em 127 anos. O número atual continua mínimo: são seis entre os 40. No mês passado, foi eleita a primeira negra, a romancista Ana Maria Gonçalves, personagem presente, com sua alegria infinita.
Miriam é mineira, a sexta de 12 filhos do casal Uriel e Mariana, ambos educadores. Começou a carreira no Espírito Santo, passou por Brasília e São Paulo, até se mudar definitivamente para o Rio, em 1986. Em 53 anos de profissão (isso é uma trajetória!), passou por várias redações e, desde 1991, está no Grupo Globo, onde virou nome destacado. Uma vitoriosa por si!
Ligados pelos elos da Economia, viam-se os principais nomes da área no vaivém, de todas as gerações. Você pensou no Pedro Malan? Estava. Pensou no Gabriel Galípolo? Estava. Pensou no Gustavo Franco? Estava. Número quase comparado ao de jornalistas: “Tinha mais gente da Globo do que na festa dos 60 anos da… Globo!”, repetia uma divulgadora (em tom de brincadeira, claro), lembrando que, diante de si, estava uma noite de ótimas memórias, não só para a imortal como também para a ABL!