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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

A favor dos cruzeiros, empresários buzianos fazem o “fechadão do comércio”

Audiência pública que questiona o licenciamento ambiental para a ancoragem de navios de cruzeiro na cidade.

Por lu.lacerda
Atualizado em 29 abr 2025, 20h15 - Publicado em 29 abr 2025, 18h00
Um cruzeiro passando no horizonte da praia dos Ossos, no Centro de Búzios
Um cruzeiro passando no horizonte da praia dos Ossos, no Centro de Búzios  (Reprodução/Internet)
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Na quarta (30/04), um dia antes do feriado, quando a Região dos Lagos é destino concorrido, tanto pela terra quanto pelo mar, comerciantes e empresários de Búzios vão fazer o “fechadão do comércio” durante a audiência pública que questiona o licenciamento ambiental para a ancoragem de navios de cruzeiro na cidade. Segundo Vana Lopes, presidente da Associação do Centro Turístico de Búzios (ACTB), mais ou menos 40 lojistas vão suspender as atividades com o slogan “Vamos fechar por duas horas para não fechar para sempre”.

A audiência pública acontece na Praça Santos Dumont, no Centro, às 14h, por determinação da juíza federal Mônica Lúcia do Nascimento Alcântara Botelho, depois de ação do Ministério Público Federal (MPF).

O turismo de cruzeiros é uma das principais fontes de receita de Búzios, movimentando restaurantes, pousadas, lojas e serviços. A possibilidade de restrições severas — que podem levar à suspensão do “estacionamento” devido ao alto custo das soluções propostas — preocupa empresários e trabalhadores.

Em 2023, por exemplo, cruzeiros deixaram de atracar em Búzios por dois meses, causando prejuízos diretos para o comércio. A suspensão foi provocada pela sobrecarga dos píeres públicos, que também atendem escunas, catamarãs e outras embarcações. Em média, Búzios recebe entre um e dois navios por dia durante a temporada de cruzeiros, com uma permanência média dos passageiros entre 7 e 10 horas. Em 2024 e 2025, foram registradas mais ou menos 100 escalas de navios na cidade. Segundo a Prefeitura, aproximadamente meio milhão de visitantes passaram pela cidade, com R$13 milhões gastos na economia local.

Os cruzeiros que atracam ali ultrapassam 180 mil toneladas, enquanto as boias propostas suportam apenas 6 mil toneladas. Especialistas dizem que seria necessário construir fundações náuticas profundas para garantir segurança, um investimento de milhões, com manutenção igualmente milionária.
 
Luciano Oliveira, especialista em logística marítima e portuária, com 40 anos no setor, disse: “Há quatro modelos principais de ancoragem para grandes embarcações como os cruzeiros que operam em Búzios. Todos exigem estudos técnicos rigorosos, mão de obra especializada e o uso obrigatório de práticos marítimos, o que eleva ainda mais os custos operacionais. O debate sobre as boias começou há cerca de 15 anos, sem base técnica adequada, e foi evoluindo até a audiência de agora. Mas os navios mudaram, cresceram, e as soluções precisam acompanhar essa realidade”.

Outro ponto é o risco ambiental. As obras interfeririam diretamente no fundo marinho, em uma área que abriga o sensível Parque dos Corais, exigindo cuidados extras com licenciamento e mitigação de impactos.

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