
Fevereiro de 1979.
Enquanto “Eterna Frenética”, eu e o Eterno Beatle George éramos da mesma gravadora Warner e ele daria uma coletiva lá, no Jardim Botânico.
Em 1966, à época do surgimento deles, meu crush era o Ringo. E dos anos 1970 pra cá, me identificava com as letras do George e do John Lennon.
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Daí lembrei da Elianne Andréa, amiga do Notre Dame, apaixonada por ele e a convidei pra irmos juntas, claro que ela topou, éramos “beatlemaníacas-raiz”.
Mas… e se na gravadora só estiver a imprensa, com lista na porta (pré-pulseirinha vip)?
Então, plastifiquei na papelaria tipo um “documento”, me identificando como assumidamente beatlemaníaca, tiéte mesmo.
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Chegamos, deu tudo certo.
No segundo andar da gravadora, André Midani, presidente da Warner, nos apresenta ao George.
– This is Leiloca, disse André
– Hi, George, respondi.
– Leiloca is a nickname? perguntou.
– Yeah, respondi.
– And what’s your name?
– Leila
George, prontamente e com a maior simplicidade do mundo, cantou, à capela, a música Layla, com direito à intro da guitarra e tudo.
Além de emocionada, fiquei estupefacta com seu desapego amoroso, porque obviamente ele e o mundo todo sabiam que seu BFF Eric Clapton compôs Layla para a namorada oculta Patty Boyd, nada menos que a então Mrs. Harrison.
George era um lord, um gentleman, uma dama e independente dele ser um beatle, jamais esqueci essa cena.
Que pessoa elegante, que vibe elevada: perdoou a traição do amigo, quiçá da esposa (nem me atrevo a imaginar qual seria o desfecho se viesse de outra “genética”. Aliás, podiam criar um aplicativo que trouxesse Elegância pra todos nós).
Grande George Harrison!
Pisciano, Ascendente e Lua em Escorpião, Sol e Vênus em Peixes, praticamente um oceano de tanta água, de tanta emoção.
Valeu muito!
“While my guitar gently weeps,
All things must pass”.